Sinto-me feliz com o
retorno da Rádio Timbira ao ar. Foi graças ao nosso trabalho de resistência que
ela se tornou realidade, saindo do ostracismo em que se encontrava. Quando a
assumi, em maio de 2007, estava relegada a cubículos no prédio da Ceasa, com
equipamentos sucateados e fora de operação. Mesmo contra aqueles que usavam a
emissora em benefício próprio, tirei-a daquela estrutura de indigência e a
levei para seu antigo prédio na Rua do Correio, no Bairro de Fátima. Ali,
imediatamente, com o apoio da Secretaria de Infraestrutura, iniciamos uma ampla
reforma no prédio. Além disso, lutava para que os novos equipamentos fossem
comprados, mesmo contra a vontade do Secretário de Comunicação.
Na verdade, o tal
secretário não queria o resgate da emissora. Queria entregar a gestão a uma
empresa privada. Fui contra, e passei a sofrer retaliações de toda ordem. Com
muito esforço, consegui fazer com que criassem 21 cargos em comissão para
atender a necessidade da rádio. Somente 7 foram preenchidos por quem realmente
trabalhava. Os demais foram usados a bel-prazer do secretário. Muitos
profissionais trabalhavam sonhando com as nomeações que nunca foram efetivadas.
Lesados, alguns deles recorreram à Justiça Trabalhista, ficando o imbróglio a
ser resolvido pelo atual governo. Somente depois de muita pressão, com o apoio
de alguns secretários de governo, é que os equipamentos foram adquiridos, mesmo
contra a vontade do então todo-poderoso da Secom.
Infelizmente, o
principal projeto – o de transformar a emissora em empresa pública de
comunicação – não se concretizou, pois não era de interesse de alguns
manda-chuvas do governo. Mesmo com o aval do governador, o projeto não foi
encaminhado à Assembléia para aprovação. A Procuradoria Geral ainda chegou a
dar parecer favorável, mas o tal projeto desapareceu. Essa medida se fazia
necessária para moralizar a administração da emissora que, ao longo dos anos,
desde a sua extinção em 1995 (como empresa pública), passara a ser usada
indevidamente por aproveitadores de plantão. Muitos faturavam em nome da
emissora, mas os recursos não eram destinados à mesma. Tinham outra destinação.
Mesmo com dificuldades
para comandar a contento a emissora, sinto-me feliz em ter dado oportunidade
para a revelação de novos talentos para o rádio do Maranhão. Graças ao empenho
de todos, mesmo sem um novo transmissor instalado, a Timbira já apresentava
altos índices de audiência e credibilidade. Muitos ouvintes tinham a
oportunidade de acompanhar os programas ao vivo, pois concebemos um novo modelo
de estúdio: o estúdio-auditório, com platéia.
O programa “Comando da
Manhã”, apresentado por mim era uma das grandes audiências da emissora, com
intensa participação popular. O mesmo acontecia com o “Comando da Noite”,
apresentado por Marden Ramalho, que teve a oportunidade de se firmar como
âncora de programas de jornalismo. Outros nomes foram revelados na minha
gestão, como Joelson Braga, Saulo Duailibe e Eduardo Neto. Serei sempre grato a
todos os abnegados que conviveram conosco e acreditaram que uma nova Timbira
era possível.
O que mais doeu em toda
essa luta, foi ter sido desconsiderado por um governo que prometia
revolucionar. Mandar a polícia lacrar a emissora foi um atentado sem
precedentes. Se tivesse apoiado o projeto de resgate pleno da emissora oficial,
teria marcado seu nome na radiodifusão do Maranhão. Deixou-se levar por
assessores incompetentes e irresponsáveis que tinham como único objetivo usar a
máquina pública para enriquecer ilicitamente. Pagou um preço alto por tantos
desatinos, dentre eles não reconhecer a importância da Timbira para o rádio
maranhense.
No momento atual, a
emissora retorna sem autonomia administrativa e financeira. Continua como
apêndice da Secretaria de Comunicação. Espero que outros aproveitadores, donos
de empresas de comunicação e publicidade, não venham a fazer uso indevido da
emissora, embolsando recursos que deveriam ser destinados à mesma. Com
autonomia, tudo seria feito com transparência, pois a sociedade tomaria
conhecimento do que estava sendo destinado pelo governo para a emissora. Em
suma, espero que aqueles que aqueles que estão no comando assumam o compromisso
de fortalecê-la cada vez mais.
As fotos postadas
mostram os estúdios que conseguimos montar na sede da emissora na Rua do
Correio no Bairro de Fátima. Vê-se também o novo transmissor da marca
continental, ainda embalado. Destaco aqueles profissionais que estiveram na
luta para promover o resgate da emissora oficial do Estado. Muitos outros, que
não aparecem nas fotografias, foram importantes nesse processo.
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