da Folha Online, em Brasília
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), discursou no plenário da Casa nesta segunda-feira para fazer duras críticas à imprensa e ao que chamou de "campanha nazista" contra a sua permanência no cargo. Ao reagir à denúncia de que dois apartamentos utilizados pela sua família no bairro dos Jardins,
"O prédio na Alameda Franca, modesto, saindo na Rebouças, é um prédio de apartamento de
Sarney disse que o segundo apartamento, no mesmo prédio, foi comprado pelo seu filho Zequinha Sarney (PV-MA) para o neto que estuda
Sarney disse ainda que o jornal "O Estado de S. Paulo", que publicou a denúncia sobre os imóveis, "terceirizou sua redação e sua credibilidade". "Ele [O Estado de S. Paulo] vem se empenhando em uma campanha sistemática conta mim, uma prática nazista de acabar com as pessoas, denegrirem suas honra e dignidade até levar os judeus a uma câmara de gás. Esse tem sido o comportamento de 'O Estado de S.Paulo'", afirmou.
Sarney criticou a cobertura da mídia sobre a crise no Senado ao afirmar que a imprensa não tem limites para a sua atuação nem respeita a Constituição ao "devassar" a privacidade dos parlamentares.
"A Constituição, no artigo 5º, diz que temos direito à privacidade. É uma das garantias constitucionais. E esse país rasga a Constituição. Não temos lei de imprensa, não temos direito de resposta. Temos que nos submeter a isso aqui", afirmou.
Resposta
O presidente do Senado disse que decidiu discursar em plenário depois de ler a repercussão da denúncia --uma vez que diversos senadores defenderam a investigação sobre a suposta compra dos apartamentos pela empreiteira,
"Que os meus colegas reflitam sobre as suas responsabilidades. Não fica bem para nenhum de nós. Eu só vim falar à Casa por causa disso, senão são os meus filhos que deveriam responder. Procure a Casa ver a minha indignação. Tenho procurado ficar calado. Sabe Deus o que tenho sofrido. Mas não posso deixar de ver uma coisa dessas e ficar calado", afirmou.
Sarney se irritou com comentários dos senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE), Valter Pereira (PMDB-MS) e Demóstenes Torres (DEM-GO) que defenderam investigações na Casa sobre os dois imóveis da família Sarney
O senador desafiou os colegas ao afirmar que Guerra também vem sendo atacado pela imprensa, Demóstenes lhe deu apoio ao assumir a presidência e Pereira, apesar de ser do seu partido, cobrou explicações indevidas.
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