quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ERA UMA VEZ UMA CIDADE MARAVILHOSA

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Berço do samba e das lindas canções
Que vivem n'alma da gente
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente

Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz
(Compositor: André Filho)

A cidade do Rio de Janeiro, cantada e decantada por muitos, já não é maravilhosa. A guerra civil ali instalada há décadas, transformou-a em uma das cidades mais perigosas para se viver. Os traficantes, mais armados que a própria polícia, nem tomam conhecimento das ações repressivas ao tráfico de drogas. Por mais que a polícia consiga vitórias pontuais nas incursões diárias, os criminosos continuam mostrando que ainda têm o domínio de vários pontos da cidade.

A demonstração do poder de fogo da bandidagem ficou explícita no ataque ousado a um helicóptero que estava fazendo o resgate de policiais feridos, sendo abatido e causando a morte de três de seus ocupantes. A imagem da aeronave em chamas, e depois transformada em cinzas correu o mundo e continua em destaque nos principais jornais que aproveitam para chamar a atenção para o clima de insegurança na capital das olimpíadas de 2016.

Qual a antídoto para essa avalanche de violência? Certamente a presença mais efetiva do Estado, não só como forças policiais, mas, acima de tudo, com atendimento às necessidades básicas de quem vive nos morros. O tráfico só avança em áreas onde o Estado é ausente. Geralmente os traficantes, “autoridades” nessas áreas, contam com o conluio da população por serem prestadores de serviços básicos à comunidade. Por que crianças e jovens são facilmente aliciados para o tráfico? Porque forma esquecidas pelo Estado, que não lhes ofereceu educação em tempo integral, que lhes negou cidadania. As próprias autoridades do Rio de Janeiro têm exemplos do Morro Dona Marta e da Mangueira, onde o investimento em políticas sociais ajudou a mudar a realidade dessas comunidades.

Com o Estado presente, com segurança e ações de valorização e de melhoria de vida das pessoas, o tráfico vem perdendo espaço. Se boa parte do dinheiro que some no ralo da corrupção fosse destinada a promover cidadania, nossas grandes cidades não estariam vivendo o drama dessa violência desenfreada.

Diante da repercussão negativa, que enodoa a imagem do Rio, a cúpula da segurança se defende afirmando que esses problemas estão concentrados em bolsões, não em toda a cidade, como se tem tentando passar ao resto do mundo. No entanto, as cenas de ônibus incendiados se repetem a cada dia em diversos pontos da cidade. Na verdade, há um clima de insegurança que reina em toda a cidade. No quesito segurança, seria necessária a união de todas as forças de segurança, do Estado e Governo Federal, para garantir a volta da paz nessas áreas críticas, com uma ocupação por tempo indeterminado.
Fiscalizações permanentes nas fronteiras, principalmente com o Paraguai, vão ajudar a coibir a entrada de armas contrabandeadas no país. Se o problema não for encarado com seriedade, os bandidos vão continuar reinando por muito tempo. Infelizmente, muitos deles contam com a proteção de agentes do próprio Estado.

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