quinta-feira, 8 de outubro de 2009

FUNCIONÁRIOS DA CAEMA REJEITAM PROPOSTA E GREVE CONTINUA

Em nova assembléia, realizada no final da manhã desta quinta-feira, os funcionários da Caema decidiram continuar de braços cruzados. A decisão aconteceu depois da rejeição de nova proposta apresentada pela direção da Companhia. Os trabalhadores exigem o início da implantação do Plano de Cargos e Salários. A empresa propôs o pagamento de mais R$ 100,00 no tíquete alimentação, elevando seu valor para R$ 580,00, até que o PCS seja definitivamente implantado, quando a arrecadação atingir R$ 16 milhões por mês (hoje está em R$ 12 milhões). A implantação seria gradual, iniciando-se quando essa arrecadação chegasse a 14 milhões. A empresa sugeriu também a criação de uma comissão paritária para analisar outros pontos da proposta de PCS apresentada, num prazo de 60 dias, período em que seriam delineadas formas de implantação. Os funcionários não aceitaram condicionar a implantação do plano à arrecadação. Com uma arrecadação média de R$ 12 milhões mensais, a Caema não tem condições de implantar o PCS com os valores definidos pelo Sindicato, pois elevaria os custos com pessoal e encargos para R$ 13,5 milhões, o que representa um acréscimo de 40%. A diretoria propôs reduzir esse impacto para 20%, condicionando a implantação ao aumento da arrecadação.

Diante do impasse, a Caema está tentando junto à Justiça o reconhecimento da ilegalidade da greve. Caso isso aconteça, os funcionários deverão voltar ao trabalho imediatamente sob pena de ter as faltas descontadas no pagamento do salário.

Estive acompanhando de perto todo o movimento nesta quinta-feira e confesso que o radicalismo pode levar a conseqüências drásticas para os trabalhadores. A Caema está entre as empresas de saneamento mais deficitárias do país, mas vive um momento de resgate, com definição de um Planejamento Estratégico, em conjunto com técnicos da Caesb, do Distrito Federal. Além disso, a estrutura organizacional foi totalmente redefinida, o que representa diminuição de custos. Várias ações estão sendo postas em prática para incrementar o faturamento. Destacam-se a instalação de 200.000 novos hidrômetros (a licitação já está em andamento) e uma intensa fiscalização de águas cortadas. Os investimentos da ordem de R$ 250 milhões em obras para aumento da produção de água também alavancarão a arrecadação a médio e longo prazo. Dentre as obras destaca-se a troca da tubulação da adutora do Italuís, no trecho do campo de Perizes, que vai aumentar significativamente a vazão do sistema, resolvendo o problema do abastecimento em São Luís.

Na assembléia desta quinta-feira aproveitei para chamar a atenção dos funcionários para o momento vivido pela Companhia, vítima de um processo de sucateamento ao longo de sucessivas administrações desastrosas. Alertei para a necessidade de se garantir a empregabilidade e a sobrevivência da Caema como empresa pública, diante das ameaças das Parcerias Público-Privadas que rondam as empresas de saneamento. Alguns secretários do governo defendem isso para a Caema. Só não se concretizou porque o Secretário de Saúde, Ricardo Murad, conseguiu convencer a governadora Roseana Sarney de que a Caema tem condições de se viabilizar como empresa pública. É, portanto, imperativo que os trabalhadores se engajem nesse processo de resgate. Somente assim, teremos a garantia de implantação do PCS.

2 comentários:

  1. Muito bom seu espaço - de extremo bom gosto e inteligente! te sigo, meu caro! abraço

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  2. Cristiano,

    É um prazer enorme tê-lo como leitor deste blog. Colabore sempre com sugestões e opiniões.

    Um grande abraço,

    Gilberto Lima

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