O PT do Maranhão vive um momento histórico neste final de semana. Que rumo tomar? Apoiar a candidatura do comunista Flávio Dino ou a reeleição da peemedebista Roseana Sarney? A decisão está nas mãos dos delegados petistas que se reúnem em São Luís. A abertura do encontro acontece às 19 horas desta sexta-feira, no Sesc. Amanhã, sábado, será realizada a votação. O voto será aberto.
O governo trabalha intensamente para conquistar a vitória. Lideranças do atual comando petista no Estado estiveram reunidas com a governadora Roseana Sarney. Na oportunidade apresentaram propostas para uma possível aliança com os peemedebistas. Principais reivindicações: a indicação do vice e a cessão de mais secretarias para os petistas. À frente da tropa petista estava Washington Oliveira, deputado federal, além de Raimundo Monteiro, presidente estadual.
Na tentativa de convencer a maioria dos delegados da importância de o PT do Maranhão fechar aliança com Roseana, por conta do projeto Dilma Roussef, desembarca nesta sexta-feira, em São Luís, o presidente do PT nacional José Eduardo Dutra. Vem cumprir determinação do presidente Lula: a aliança com o PMDB é prioritária no Maranhão, bem como a reeleição de Roseana Sarney.
Aliados de Flávio Dino acreditam que vencem com uma diferença de 10 votos
Ao passar pela praça Deodoro, na manhã de hoje, deparei-me com Sílvio Bembem, do diretório estadual do PT. Estava no interior de seu veículo, esperando delegados do interior do Maranhão. Disse-me que o grupo alinhado à tese de apoio a Flávio Dino deve vencer com uma diferença de 10 votos. “Sabemos que o governo está usando sua estrutura, nos bastidores, para tentar mudar o voto de muitos delegados. Se eles costumam comprar deputados, que ganham R$ 100 mil por mês, não conseguem comprar o voto de quem está passando fome no interior. Infelizmente, muitos de nossos delegados passam por necessidade no interior. É óbvio que se alguém chegar com uma mala cheia de dinheiro, é capaz de conseguir com que algum delegado mude de voto”, disse Bembem, insinuando que pode ocorrer a ‘compra’ de delegados.
Segundo Bembem, os votos estariam assim distribuídos:
Votariam com a tese de apoio a Roseana Sarney
Washington Luís – controla 54 delegados
Zé Antônio/Edmilson – controlam 16 delegados
Fransuíla (vereadora de Balsas) – controla 9 delegados
Rodrigo Comerciário – controla 14 delegados, mas só 5 deles votariam em Roseana
Total pró-Roseana – 84 delegados
Votariam com a tese de apoio a Flávio Dino
Bira do Pindaré – controla 29 delegadosDomingos Dutra – controla 34 delegados
Augusto Lobato – controla 16 delegados
Total pró-Flávio Dino – 79 delegados
Levando-se em conta os números passados por Sílvio Bembem, a disputa será decidida com os votos dos delegados controlados por Rodrigo Comerciário.
O dirigente petista afirmou, ainda, que a vinda de Luís Eduardo Cardoso não mudará muito a tendência de voto dos delegados. “Ele vem tentar nos convencer que, por conta da candidatura de Dilma Roussef, o melhor é apoiar Roseana. No entanto, o PT tende a seguir mesmo é com a candidatura de Flávio Dino. Não acredito em intervenção do diretório nacional caso essa seja a decisão da maioria”, disse.
Para ele, caso a tese de apoio a Roseana seja vencedora, a militância não atenderá ao chamado das lideranças aliadas ao grupo Sarney. A tendência é que se engaje na candidatura de Dino.
Sobre uma possível desistência de Flávio Dino
Segundo Sílvio Bembem, Flávio Dino já teria dito aos petistas que o apóiam que não pretende desistir da candidatura, nem mesmo que o pedido parta pessoalmente do presidente Lula. A pressão, até o momento, teria sido do presidente do PCdoB, Aldo Rebelo, que fora chamado por Lula para tratar desse questão da candidatura de Dino no Maranhão. Foi a primeira tentativa de fazer com que o comunista deixe o caminho livre para Roseana. No entanto, informações dão conta que a pressão vai aumentar para cima de Dino. Lula não desistirá do projeto de garantir a reeleição de Roseana Sarney.
Em relação a Jakson Lago, Bembem disse que o erro o pedetista foi abandonar aliados de primeira hora, quando no exercício do mandato. “Hoje a situação dele é muito delicada. Muitos dos antigos aliados não querem nem aproximação com a candidatura dele ao governo”, finalizou Bembem.


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