sexta-feira, 11 de junho de 2010

DEPOIS DE MINAS, PT NACIONAL CALA DIRETÓRIO NO MARANHÃO E DECLARA APOIO À REELEIÇÃO DE ROSEANA

Cúpula do partido anulou decisão anterior de endossar nome de Flávio Dino (PCdoB)

Wanderley Preite Sobrinho, do R7, enviado a Brasília

Após a Executiva Nacional do PT invalidar a decisão do diretório regional de Minas Gerais e apoiar a candidatura do peemedebista Hélio Costa ao governo do Estado, a cúpula do partido enquadrou agora seus correligionários do Maranhão e, mais uma vez em nome da aliança nacional com o PMDB, invalidou o apoio ao senador Flávio Dino, do PCdoB, em favor da governadora Roseana Sarney, candidata à reeleição.

A reunião do PT que selou o respaldo à peemedebista começou às 9h no Diretório Nacional do partido, em Brasília, e só terminou às 13h50. O encontro ganhou ainda mais peso porque foi aberto pela pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, que só deixou o local às 10h40 - e sem conversar com a imprensa. A apuração apontou 43 votos pró-Roseana, 30 pró-Dino e três abstenções.

A reunião, na realidade, já começou decidida. Quando o PMDB embarcou na aliança, fez quatro principais exigências ao PT. Queria a vice-presidência, para a qual foi indicado o presidente do partido, Michel Temer, e apoio a seus candidatos em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Maranhão.

Com a decisão de hoje, a fatura com o PMDB foi paga, mas agora o PT terá de arcar com prejuízos internos: a mágoa do PCdoB, aliado histórico dos petistas, de todo o PT maranhense e das correntes minoritárias do partido nacionalmente, que representam cerca de 45% da legenda.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, defendeu a decisão da Executiva Nacional, que segundo ele é importante para a aliança em favor de Dilma.

- O PT participa do governo Sarney. O Dino sempre foi um aliado, mas queremos dar uma chance para Dilma.

A cúpula do PT, representada pela corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil, esmagou todas as decisões do partido no Estado para cumprir o acordo com o PMDB, incluindo a reunião que referendou o apoio a Dino no fim de março com uma votação de 87 a 85.

A diferença apertada de votos serviu de desculpa para que a Executiva Nacional passasse por cima da decisão estadual. Mas, segundo interlocutores ouvidos pelo R7, a diferença só foi pequena porque aliados de Roseana teriam comprado o voto de uma dezena de petistas. O governo nega.

Ainda assim, o secretário de organização do PT, Paulo Frateschi, e o secretário-geral do partido, deputado federal José Eduardo Cardoso (SP), foram até o Maranhão apurar as denúncias e levaram o que colheram para a reunião de hoje. O assunto, porém, ficou em segundo plano.

Enquanto a decisão não saía, o PT maranhense fazia o que podia para tentar comover a Executiva Nacional. Os militantes ficaram de plantão na sede do partido desde as 9h. O mesmo ocorreu nas cidades de Imperatriz (a 650 km da capital São Luís), Caxias (240 km) e Bacabal (240 km).

Em Brasília, o deputado federal Domingos Dutra faz uma vigília no Congresso Nacional junto a outros 12 dirigentes do PT maranhense desde a tarde de ontem. Ao R7, ele confirmou que irá começar uma greve de fome “por tempo indeterminado” para protestar contra o que considerou uma ingerência da direção nacional da sigla.

- Isso é uma violência à democracia interna do PT para beneficiar uma família oligárquica. Daqui mesmo decreto greve de fome por tempo indeterminado.

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