Como milhares de maranhenses, acompanhei atentamente o debate promovido pela TV Mirante. Como era previsto, Roseana Sarney foi o principal alvo dos demais candidatos. O tema central foi o combate à oligarquia Sarney, responsabilizada pelo atraso do Maranhão, ao longo de mais de 40 anos. Em todos os temais discutidos, mesmo que a pergunta não fosse dirigida a ela, os concorrentes sempre culpavam o grupo Sarney pela estagnação do Estado.
Em alguns momentos, Roseana deixou transparecer ter sentido os golpes, mostrando insegurança e nervosismo. “No próximo debate vou convidar o Zé Sarney para debater com vocês por que eu quero falar é do futuro, não do passado”, bradou a candidata ao reagir às acusações de mais de 40 anos de domínio político do sarneisismo.
Roseana esquivou-se afirmando que durante esse período foram governadores Luiz Rocha (pai do candidato ao senado Roberto Rocha), José Reinaldo e Jackson Lago.
Marcos Silva quis saber se Roseana sentia remorso pelas demissões de funcionários depois da privatização do BEM e da CEMAR, e com a extinção da COPEMA. A candidata ficou irritada e disse que as privatizações foram benéficas para o Estado que usou os recursos em outras áreas, como a infraestrutura.
Saulo Arcangeli, abordando a questão do Saneamento, questionou sobre o embargo da obra do Italuís II, onde a Construtora Gautama chegou a receber R$ 30 milhões. Roseana reagiu afirmando que seu governo tinha a Central de Licitação, responsável por todo o processo, e que ela não tinha conhecimento de irregularidades. Sobre o tema, lembrou que, no seu primeiro mandato, conseguiu elevar o índice de residências com água tratada de 31% para 50%. O índice de residências com coleta de esgoto subiu de 23% para 40%. A candidata destacou, ainda, que já assegurou recursos no PAC II para a troca da adutora de água do Italuís no trecho de 19 km do campo de Perizes.
Saulo também provocou o deputado Flávio Dino sobre a aliança com Humberto Coutinho, prefeito de Caxias, que também apóia um candidato a senador da coligação de Roseana. Arcangeli afirmou que Coutinho destina recursos da Saúde para uma entidade comandada por ele. Dino rebateu afirmando que quem vai governar é ele, apesar de ter vários ´pilotos´, dentre eles Humberto Coutinho.
O candidato Jackson Lago ficou numa saia justa quanto indagado, por Saulo Arcangeli, sobre a implantação da ´Lei do Cão´, a que definiu subsídios para a categoria de professores, mas derrubada pelo Supremo. Jackson se limitou a afirmar que a Lei corrigiu distorções nos níveis salariais, mas que não teve a devida compreensão por parte dos professores.
Num apanhado geral, posso ressaltar o bom desempenho do candidato Saulo Arcangeli, acusado por Flávio Dino de ter sido uma linha auxiliar da oligarquia. Na verdade, Arcangeli demonstrou firmeza em todos os seus questionamentos. Flávio Dino foi o que mais mostrou segurança, encerrando o debate confiante na sua ida para o segundo turno.
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