segunda-feira, 27 de junho de 2011

Agência do Itaú/Cohama é fechada por demitir funcionário

A política de gestão pelo terror voltou a fazer mais uma vítima no Banco Itaú, em São Luís (MA). Desta vez foi penalizado o gerente de operação Alberto Félix, demitido sumariamente tão logo retornou de uma licença médica de 15 dias por lesões na coluna. Há suspeita de que a afecção tenha como origem o excesso de trabalho e as insuportáveis pressões para cumprimento de metas a que são submetidos todos os funcionários do Banco Itaú, em São Luís.

 “Porém isso não tem nenhuma importância para a empresa que se orgulha em fazer o atendimento mais rápido do setor, com o menor número de trabalhadores e trabalhadoras, ou seja, o banco com maior produtividade por trabalhador (a)”, disse Rosário Braga, da Oposição Bancária da CUT. Apesar do problema de saúde, o Itaú alegou como justificativa para a demissão que o bancário estaria "maquiando a papeleta". O que significa isso?

 “Significa a quintessência da crueldade na gestão. O Banco tem como meta atender o cliente em até 23 minutos. Um sinalizador soa a cada 23 minutos quando o caixa deve entregar uma senha para a última pessoa da fila. Independente se tem dez ou cem pessoas na fila, ao cabo de 23 minutos ele deve concluir o atendimento de todos da fila. Pense numa pressão?”, explica o sindicalista Elves Sena.

 "Maquiar a papeleta" seria autenticar a papeleta quando o sinalizador tocar sem ter entregue para o último cliente da fila. Não é à toa que tem tanto bancário e bancária doente nesse banco. “O Ministério Público do Trabalho precisa chegar junto pra dar um basta em mais este modelo de exploração no trabalho bancário. Sem alternativa a Oposição Bancária da CUT voltou a paralisar o funcionamento da agência por todo o dia de hoje (27)”, informou Magno Leitão, da Oposição Bancária CUT.
Oposição bancária da CUT apoia fechamento da agência do Itaú
A ação aconteceu enquanto aguardava decisão de uma reunião hoje (27) entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do Itaú e a direção do banco em São Paulo para tratar justamente de problemas na organização do trabalho e demissões principalmente na região Nordeste. Em pauta, mais este caso no Maranhão. “A situação requer por outro lado uma atuação mais eficaz do Sindicato que além de não comparecer para atender a demanda dos trabalhadores ainda diz que a Oposição não teria legitimidade para tomar as providências, alegando que o sindicato não é mais filiado a CUT”, disse Elves Sena. “Vai ver é por isso mesmo que eles não compareceram, já que outrora, quando ainda era filiado à CUT, a entidade foi mais atuante.”, conclui Sena.


Texto: Rosário Braga

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