FOLHA/DE SÃO PAULO
O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza está sendo ouvido na manhã desta terça-feira pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas sobre a acusação de que uma juíza teria tentado extorquir dinheiro para conceder um habeas corpus a favor do jogador.
A sessão começou por volta das 9h30 e foi requerida pelos deputados Durval Ângelo (PT) e João Leite (PSDB). A noiva de Bruno, Ingrid Oliveira, procurou a comissão para informar a suposta tentativa de extorsão que teria sido feita pela juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas.
Na ocasião, o deputado Ângelo afirmou que Ingrid "teve uma relação não usual com a juíza". "Ingrid ficou hospedada na casa dela e as duas se encontraram outras vezes. Além disso, ela tem folhas de fax em que a juíza fala com ela, dá um e-mail de contato, um telefone particular".
A noiva do jogador disse à época que foi ameaçada de morte por não pagar a quantia exigida. A denúncia protocolada na assembleia citava também o advogado Robson Pinheiro, que atuou na defesa de Bruno por dois meses no ano passado.
Ele teria sido apresentado à família do goleiro pela própria juíza e seria o responsável por fazer o pedido de habeas corpus em um fim de semana que Maria José Starling estivesse de plantão, já que o processo corre em outra comarca, a de Contagem.
Após a denúncia de Ingrid, a juíza negou todas as acusações por meio do advogado Getúlio de Queiroz. "Minha cliente não conhece essa moça [Ingrid]. Nunca falou com ela e não sabe de onde surgiu essa denúncia", afirmou o advogado.
Já o advogado Robson Pinheiro divulgou uma nota em que dizia que os serviços prestados a Bruno "sempre obedeceram às normas éticas, legais e contratuais". Ele afirma que o contrato com o goleiro foi firmado em dezembro de 2010 e rescindido em fevereiro de 2011. Ele não comentou se presta serviços para a juíza.
O CASO
Bruno está preso desde julho do ano passado. Atualmente, cumpre prisão preventiva na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de BH). Ele e mais oito pessoas são acusadas pelo envolvimento no sequestro, suposto assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio.
Além do goleiro, Luiz Henrique Romão, o Macarrão (amigo do jogador), Sérgio Rosa Sales (primo de Bruno) e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (ex-policial e suposto autor do homicídio) devem ir a júri popular em Minas Gerais.
A Justiça do Rio de Janeiro já condenou Bruno (quatro anos e seis meses de prisão) e Macarrão (três anos de prisão) por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal.
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