Polícia teria sido usada para investigar
chantagem contra deputado.
Líder alega conivência de Marco Maia,
que diz nunca ter falado com Policarpo.
Sandro Lima
Do G1, em Brasília
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno
(PR), protocolou nesta segunda-feira (10) na Corregedoria da Câmara
representação em que pede investigação sobre o suposto uso da Polícia
Legislativa para investigar três cabos eleitorais que estariam chantageando o deputado
Roberto Policarpo (PT-DF).
Policarpo disse que três cabos
eleitorais foram ao seu gabinete chantageá-lo e que posteriormente relatou o
fato à Polícia Legislativa. Policarpo disse que “apenas relatou o fato à
Polícia Legislativa e que não pediu providência nem tomou conhecimento dos
desdobramentos da investigação”.
Diante da ameaça dos cabos eleitorais em
revelar o acordo à imprensa, Policarpo acionou a Polícia Legislativa, que os
interrogou. Para o PPS, houve utilização indevida da Polícia Legislativa e
abuso de poder. O líder Rubens Bueno pediu a análise da conduta de Policarpo e
do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que, segundo ele, teria sido
“conivente” com a utilização da Polícia Legislativa.
A assessoria do presidente da Câmara
afirmou, em nota, que Maia nunca conversou com o deputado e que essa informação
"já foi confirmada pelo próprio deputado Policarpo". Também informou
que "o presidente não intervém nas atividades da Polícia Legislativa,
quando esta atua na função de polícia judiciária. Ela tem autonomia para
instaurar inquéritos com o objetivo de apurar infrações penais sem a
autorização prévia do presidente da Casa".
Segundo a assessoria da presidência da
Câmara, "detalhes da investigação sobre a ocorrência do deputado Policarpo
competem exclusivamente ao Diretor de Polícia Legislativa que preside o
inquérito".
Segundo reportagem publicada na edição
desta semana da revista “Veja”, um lavador de carros, um vigilante e um
sem-terra trabalharam como cabos eleitorais de Policarpo na campanha de 2010. O
sem-terra, de acordo com a revista, teria recebido R$ 4 mil para transportar em
um ônibus 39 trabalhadores rurais para votar no deputado. O ônibus foi interceptado
pela polícia e o sem-terra indiciado por crime eleitoral.
Em entrevista à “Veja”, o sem-terra
revelou que o deputado não cumpriu parte do acordo pois havia prometido emprego
aos cabos eleitorais e o pagamento de um advogado para defendê-lo da acusação de
crime eleitoral.
Maia disse, na nota divulgada à
imprensa, que tomou conhecimento do caso por meio da reportagem da revista
"Veja".
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