Rádio Voz do Maranhão

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

PPS pede apuração sobre suposto uso irregular da Polícia Legislativa


Polícia teria sido usada para investigar chantagem contra deputado.
Líder alega conivência de Marco Maia, que diz nunca ter falado com Policarpo.

Sandro Lima
Do G1, em Brasília

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), protocolou nesta segunda-feira (10) na Corregedoria da Câmara representação em que pede investigação sobre o suposto uso da Polícia Legislativa para investigar três cabos eleitorais que estariam chantageando o deputado Roberto Policarpo (PT-DF).

Policarpo disse que três cabos eleitorais foram ao seu gabinete chantageá-lo e que posteriormente relatou o fato à Polícia Legislativa. Policarpo disse que “apenas relatou o fato à Polícia Legislativa e que não pediu providência nem tomou conhecimento dos desdobramentos da investigação”.

Diante da ameaça dos cabos eleitorais em revelar o acordo à imprensa, Policarpo acionou a Polícia Legislativa, que os interrogou. Para o PPS, houve utilização indevida da Polícia Legislativa e abuso de poder. O líder Rubens Bueno pediu a análise da conduta de Policarpo e do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que, segundo ele, teria sido “conivente” com a utilização da Polícia Legislativa.

A assessoria do presidente da Câmara afirmou, em nota, que Maia nunca conversou com o deputado e que essa informação "já foi confirmada pelo próprio deputado Policarpo". Também informou que "o presidente não intervém nas atividades da Polícia Legislativa, quando esta atua na função de polícia judiciária. Ela tem autonomia para instaurar inquéritos com o objetivo de apurar infrações penais sem a autorização prévia do presidente da Casa".

Segundo a assessoria da presidência da Câmara, "detalhes da investigação sobre a ocorrência do deputado Policarpo competem exclusivamente ao Diretor de Polícia Legislativa que preside o inquérito".

Segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista “Veja”, um lavador de carros, um vigilante e um sem-terra trabalharam como cabos eleitorais de Policarpo na campanha de 2010. O sem-terra, de acordo com a revista, teria recebido R$ 4 mil para transportar em um ônibus 39 trabalhadores rurais para votar no deputado. O ônibus foi interceptado pela polícia e o sem-terra indiciado por crime eleitoral.

Em entrevista à “Veja”, o sem-terra revelou que o deputado não cumpriu parte do acordo pois havia prometido emprego aos cabos eleitorais e o pagamento de um advogado para defendê-lo da acusação de crime eleitoral.

Maia disse, na nota divulgada à imprensa, que tomou conhecimento do caso por meio da reportagem da revista "Veja".

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