Gilberto Lima
Editor do Blog
Manifesto aqui minha preocupação com a
situação de professores de uma escola municipal no bairro do Barreto, área
reconhecidamente dominada pelo tráfico, e onde a violência impera. Na semana
passada, uma professora foi ameaçada de morte por um aluno que se recusa a
cumprir as tarefas escolares. Ao ser cobrado pela professora, disse o tal
aluno: “Lembre que a senhora passa todos os dias na minha porta. Posso muito
bem lhe dar um tiro”. O caso foi levado ao conhecimento da diretoria que chamou
os pais do aluno. À diretora, o pai simplesmente disse que perdeu o controle
sobre o filho, que está com apenas 15 anos de idade, mas já tem envolvimento com
o submundo do crime. Restou à professora, registrar o caso em uma delegacia de
polícia, devendo ser transferida para outro estabelecimento de ensino. E,
quanto ao aluno, será que vai continuar na impunidade, ameaçando a outros
professores, até que consiga concretizar suas ameaças?
Na última segunda-feira, mais uma
professora voltou a sofrer o mesmo tipo de ameaça por outro aluno. Tudo porque
estava sendo cobrado por não participar das atividades em sala de aula e por
não anotar o conteúdo da disciplina. “Só lamento que esse garoto, de 14 anos,
não tenha resistido às tentações do submundo. No primeiro semestre, ele era
exemplar. Um dos melhores da turma. Agora, sem nenhuma explicação, relaxou com
os estudos e anda em más companhias. Fiquei surpresa quando ele me ameaçou de
morte”, desabafa a professora.
Temendo pela própria vida, ela está,
neste momento, juntamente com o marido, registrando ocorrência numa delegacia
de polícia de São Luís. Em seguida, irá relatar o caso ao setor competente, na
Secretaria de Educação, devendo ser transferida de escola.
Diante dessa problemática, cabem alguns
questionamentos: até quando a Prefeitura de São Luís, através da SEMED, vai
continuar ignorando esses casos de ameaças de morte a professores da escola do
Barreto? Não seria o momento de detectar os alunos problemáticos, e com
tendência a praticar atos violentos, e encaminhá-los a uma instituição que
possa dar-lhes outro direcionamento, mantendo-os e regime fechado? Não seria o
momento de se disponibilizar a blitz urbana para fazer a segurança nas escolas?
A situação é grave, e exige ações
urgentes da área da educação municipal. Nesse clima de ameaças constantes,
nenhum professor dessa escola do Barreto terá tranqüilidade para ministrar suas
aulas. Por temerem a morte, optarão por aprovar esse tipo de aluno, mesmo que
ele não tenha obtido notas suficientes para passar de ano. Fica, portanto, o
alerta para que alguma coisa seja feita, antes que algum professor perca a vida em pleno exercício de suas atividades em sala de aula.
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