O ministro do Trabalho, Carlos Lupi,
falou à TV iG sobre as pressões para deixar o cargo. Ele reconheceu que
enfrenta desentendimentos com o seu partido, o PDT, e afirmou que tomou medidas
que irritaram grupos empresariais. Lupi está no governo desde março de 2007,
quando foi nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva. Em janeiro deste ano, foi
mantido pela presidenta Dilma Rousseff na pasta.
“Sou desafiador. Não temo nada nem a
ninguém. Sou do time de Leonel Brizola. Tenho minha consciência tranquila de
estar fazendo o máximo que eu posso. Pode ser que o máximo que eu posso não
esteja à altura do que ela (a Dilma) acha ou do que o partido", disse “Eu
com a presidenta Dilma tenho uma relação de uma fraternidade e uma sintonia
muito grande. Como tive com o presidente Lula".
Nas últimas semanas, Lupi entrou na
lista dos ministros que poderão deixar o cargo na reforma ministerial que
deverá ocorrer na virada do ano. Ele disse que a maioria das especulações
partem de pessoas descontentes com sua gestão no Ministério do Trabalho.
"Quando ousei falar que o dinheiro público tinha de ter contrapartida
social foram pelo menos 10, 12 editoriais xingando até minha pobre
mãezinha".
Diante das recentes greves, Lupi afirmou
que tende a ficar ao lado dos trabalhadores, mas disse acreditar que as
paralisações deverão acabar logo. "A minha parte do trabalhador quer puxar
um pouquinho para o seu lado. Eu faço eu mesmo. Se eu puder ter 30% de aumento
por que vou aceitar 10%? Agora ganho real estamos tendo", disse.
"Daqui a pouquinho vai sair o acordo", completou.
O ministro do Trabalho também falou
sobre o lançamento do programa e do projeto de lei que estabelecerão as novas
regras para contratação de trabalhadores domésticos, de acordo com a convenção
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovada este ano. O Brasil
ratificou a decisão que estabelece que todos as empregados devem ter contrato
assinado e um limite para a jornada de trabalho.
"(O lançamento do programa demora) Não
mais do que uns 15 a 30 dias. Está na base dos cálculos do Ministério da
Fazenda, fazendo os impactos", disse. "O Estado vai ganhar. São cinco
milhões de brasileiras e brasileiros que estão fora do mercado formal. (Com o
projeto) você está quebrando esse crime que a sociedade faz com quem trabalha
em casa como se fosse trabalhador de segunda categoria". completou.
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