quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Acusado de grilagem de terras na área Itaqui-Bacanga nega ameaças a moradores da Camboa dos Frades

Gilberto Lima

“Eu não pedi para ir pra lá. Alguns moradores me convidaram para ajudá-los a lutar pelos interesses da comunidade de forma organizada. Como não tinha onde morar, disse a eles que eu só aceitaria o convite se me desse um pedacinho de terra. Hoje moro na comunidade numa área considerada de reserva, onde tenho um pequeno sítio de 2 hectares”. Foi essa a explicação de José Ribamar Maciel para  justificar sua presença na área denominada de Camboa dos Frades, às margens do Km 12 da BR-135, na área Itaqui-Bacanga, nas proximidades da área da Termoelétrica da EBX.
O suposto grileiro José Ribamar Maciel

Maciel foi denunciado por moradores da área, através do programa “Comando da Noite”, da Rádio Capital AM. Segundo uma moradora identificada por Luzia, Maciel seria uma espécie de grileiro de terras na área Itaqui-Bacanga e estaria tentando tomar uma área onde vivem aproximadamente 25 famílias. “Ele já se apossou de uma grande área e está querendo tomar o que é da comunidade há várias décadas. Nos já impedimos a entrada dele com uma máquina tipo patrol. Só não teve derramamento de sangue porque a polícia interveio”, disse a denunciante.

Em entrevista ao “Comando da Noite”, acompanhado de diversos moradores, José Maciel afirmou que não foi pra comunidade derrubar as casas da comunidade. “Eu apenas fui lá pra melhorar as condições de acesso, pois hoje não se tem transporte coletivo por conta das dificuldades de acesso. Essa dona Luzia e outras pessoas impediram a nossa ação que iria beneficiar toda a comunidade. Em momento algum, tentei me apossar de terras de alguém”, disse ele.
Entrevista ao "Comando da Noite"

Maciel esclareceu que, na verdade, o comerciante conhecido por Carrinho CB 400 teria forjado uma escritura no cartório Celso Coutinho, com objetivo de se apropriar de toda a área. “A justiça reconheceu a fraude e teria determinado que toda aquela área voltasse para domínio da União. Portanto, lá não tem dono. Estamos lutando para conseguir o título de posse para cada um dos moradores, pois queremos conseguir recursos para construção de trezentas moradias”, acrescentou.

Sobre sua situação profissional e financeira, José Maciel disse que continua na presidência a Federação dos Mototaxistas do Maranhão, além de prestar serviços a escritórios de advocacia. Admitiu que tem relações de amizade com alguns parlamentares, na condição de liderança comunitária. Financeiramente disse que está bem, pois teve a sorte de se casar com uma viúva que tem um bom patrimônio. “Minha esposa tem um patrimônio bom, constituído, dentre outras coisas, por dez imóveis de alguel. Ela está tão bem financeiramente que me deu um carro zero de presente. Não preciso viver de grilagem de terras”, acrescentou Maciel.

Diante dessa afirmação, resta-me perguntar: se ele tem toda essa situação confortável, por que teria exigido da comunidade uma área para morar?


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