Objetivo é evitar demissão, já que
relação com Dilma se deteriorou. Denúncias na pasta podem antecipar saída
Adriano Ceolin, iG Brasília
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi,
contou a dois assessores que pretende deixar a pasta em janeiro. Sem prestígio
com a presidenta Dilma Rousseff, ele avalia que é melhor pedir para sair do que
ser demitido como foram outros ministros. A ideia é também aproveitar a
prometida reforma ministerial na virada do ano para tentar negociar uma saída
honrosa.
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Dilma recusa beija-mão de Lupi, em solenidade semana passada |
Desde a semana passada, o iG tem
mostrado que a pasta do Trabalho fez convênios suspeitos de irregularidades com
ONGs controladas por militantes do PDT. Lupi tem evitado falar no assunto. A
oposição já pediu investigações e compara o caso ao do Ministério do
Esportes,que acabou resultando na demissão de Orlando Silva Júnior (PCdoB).
Procurado, Lupi respondeu por meio de
sua assessoria que “não procede” a informação de que ele quer pedir demissão em
janeiro. A reportagem apurou com auxiliares próximos que Lupi reclama do
esvaziamento das funções do ministério. As reuniões com sindicalistas, por
exemplo, passaram a ser feitas pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Gilberto Carvalho.
O ministro também preocupa-se com a
falta de apoio político no seu partido, o PDT. Há meses, Lupi não se reúne com
as bancadas da Câmara e do Senado. Além disso, a maoiria dos diretórios
estaduais do PDT funciona com comissões provisórias.
A saída do Ministério é uma tentativa de
preservar o comando do PDT, partido do qual é presidente desde que Leonel
Brizola morreu em 2004. Ele quer retomar de forma plena suas funções como
presidente nacional da sigla e, quem sabe, em 2014 disputar algum cargo
eletivo.
Em 2008, Lupi se licenciou do comando do
partido a contragosto. Foi pressionado pela Comissão de Ética da Presidência da
República, que concluiu que a permanência no cargo de ministro do Trabalho era
incompatível com exercício da presidência de um partido político. Na época, o
então presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para ele ceder.
Disputa
com família Brizola
Mesmo afastado do comando do PDT, Lupi
não deixou de exercer influências sobre as decisões partidárias. No entanto,
passou a somar desafetos com pedetistas irritados com seu “excesso de poder”. O
mais conhecido deles é o deputado federal Brizola Neto (RJ), neto do principal
fundador do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
Brizola Neto tem uma irmã gêmea, Juliana
Brizola, que é deputado estadual no Rio de Janeiro. Juntos, eles trabalham nos
bastidores para fazer Lupi entregar o comando do PDT para família. Nos últimos
meses, Brizola Neto tem afirmado que Lupi deixará a presidência do partido no
começo do março e que ele irá assumir o cargo.
Na segunda quinzena de setembro, Brizola
Neto organizou um almoço com a bancada do PDT em um restaurante em Brasília. No
encontro foi decidido que o grupo iria tentar destituir Lupi da presidência na
marra. Avisado, o ministro do Trabalho procurou os participantes do encontro e
ameaçou destituir direções estaduais dos partidos nos Estados. Todos recuaram,
já que em 2012 haverá eleições.
Ponto
eletrônico
Procurado, o deputado Brizola Neto não
quis comentar o assunto. Em entrevista ao iG em setembro, Lupi negou a
existência de um acordo com o deputado para ele assumir o comando do PDT. Na
entrevista, admitiu, na época, que sofria pressões para deixar a pasta e acusou
empresários de pedirem sua cabeça por conta da adoção do ponto eletrônico para
marcação do horário de entrada e saída do trabalho.
O iG apurou que a questão do ponto
eletrônico causou reação dentro do Congresso. Deputados e senadores foram
procurados por empresários. Em julho deste ano, a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou projeto de decreto legislativo
que derruba a portaria assinada por Lupi sobre o uso do ponto eletrônico.
O assunto também causou irritação no
Palácio do Planalto por não ter sido debatido melhor com o empresariado. Futura
ministra da Micro e Pequena Empresa, Luiza Trajano, proprietária do Maganize
Luiza, pediu que para que o uso do ponto eletrônico fosse adiado.
Gilberto, antes de postar esses absurdos é importante checar as informações.
ResponderExcluirNão sei porque, mas em momento algum a impressa falou da tremenda vaia que a familia Brizola tomou no 5º Congresso do PDT. Esses meninos não conseguem se quer exercer com compromisso os mandatos, imagina comandar um partido!! Se você ligar nos gabinetes deles, nenhum trabalha pela manhã..? Não estou na defesa de ninguém, mas, tá na hora de mudar o disco...esse assunto está pra lá de requentado...