AE - Agência Estado
O aumento da frota de motos em circulação no Brasil
se tornou responsável por uma das piores epidemias que o País já enfrentou.
Foram 65 mil mortes em acidentes com motocicleta nos últimos dez anos - número
equivalente ao total de americanos mortos na Guerra do Vietnã.
E não é nas grandes metrópoles litorâneas ou do
Sudeste que as mortes têm maior peso nas estatísticas. São as pequenas cidades
do interior, especialmente do Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País, que
concentram as maiores taxas de mortalidade por quantidade de motos ou motonetas
em circulação - em municípios como São Gonçalo do Piauí (PI), Ribeirãozinho
(MT) e Aurora do Tocantins (TO).
Em números absolutos, as mortes em cada uma dessas
cidades podem não impressionar. São duas, três, dez por ano. Por isso, não
provocam tanto barulho. Mas, quando somadas, configuram uma epidemia só
comparável à provocada pelos assassinatos. E as vítimas têm o mesmo perfil:
jovens de 20 a 29 anos, do sexo masculino e de baixa renda. Nessa faixa etária,
nem câncer nem enfarte nem nenhuma outra doença mata mais do que as motos. Só
as armas de fogo.
Entre as capitais, São Paulo ocupa apenas o 13.º
lugar no ranking da mortalidade envolvendo motociclistas. O Rio fica em 15.º. A
campeã, com uma taxa três vezes maior, é Boa Vista (RR), seguida de perto por
Palmas (TO).
O Ministério da Saúde se diz preocupado com o
crescimento das mortes, mas há poucos programas de abrangência nacional em
curso para combater a epidemia.
O aumento das mortes está diretamente ligado ao
avanço da frota sobre duas rodas que, de 2000 a 2010, cresceu quatro vezes de
tamanho. É exatamente a mesma taxa de crescimento do número de mortes. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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