Comissão de Meio Ambiente da Assembléia
Legislativa do MA ameaça convocar a Vale para explicações se não for autorizada
a conhecer problemas do Vale Beijing de perto
Yan Boechat, iG São Paulo
Os deputados maranhenses estão sendo
impedidos de visitar o navio Vale Beijing, que ameaça afundar na costa
maranhense por conta de rachaduras no seu casco. O presidente da comissão de
Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Léo Cunha (PSC),
pretende convocar a Vale e a Capitania dos Portos de São Luís para prestar
explicações a respeito da situação do navio caso não seja autorizado até a
quinta-feira a visitar a embarcação. Léo Cunha enviou um requerimento à
Capitania dos Portos no dia 22 de dezembro pedindo que a autoridade marítima
permitisse que os deputados visitassem o navio, que corre risco de afundar no
litoral maranhense por conta de uma rachadura em seu casco.
Até quarta-feira, no entanto, a Comissão
de Meio Ambiente não havia recebido nenhum comunicado da Capitania. “Estamos
muito preocupados com a situação e nem nós e nem a população temos sido
informados sobre o que está acontecendo com esse navio”, afirmou o deputado.
De acordo com ele, os parlamentares
decidiram aguardar até a quinta-feira para tomar outras medidas a fim de obter
informações sobre o que está sendo feito para evitar um desastre ecológico em
São Luís. “Se não nos responderem, vamos convocar a Capitania dos Portos e a
Vale para prestar explicações sobre o que está acontecendo”, disse ele. “Isso
não pode continuar assim, vamos adotar um posicionamento forte”, afirmou o
parlamentar.
O Vale Beijing apresentou rachaduras no
casco exatamente há um mês, quando estava sendo carregado com mais de 360 mil
toneladas de minério de ferro no porto da Ponta da Madeira, em São Luís. Em um
primeiro momento o navio foi rebocado para uma posição na entrada do canal, a
11 quilômetros de distância do porto. Após tentativas fracassadas de retirar
parte das sete mil toneladas de combustível com que esta carregado, o navio foi
novamente rebocado. Dessa vez, para uma posição em alto mar, a 64 quilômetros
da costa maranhense.
Até agora pouco se sabe sobre as
dimensões das rachaduras no casco do navio, que fazia sua viagem inaugural. Em
nota divulgada ontem, a STX Pan Ocean, a dona da embarcação, que está arrendada
para a Vale por 25 anos, informou apenas que “grande plano de ação de reparos
está sendo realizado”, sem, no entanto dar mais detalhes sobre o que está sendo
feito. A Vale, que encomendou 35 navios do mesmo modelo, conhecidos como
Valemax, afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto pelo fato de a
embarcação pertencer a outra empresa.
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