terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Protesto contra passagem a R$ 2,10 gera confrontos em Teresina


O protesto contra o aumento no preço da passagem de ônibus, que teve início por volta das 11h no Centro de Teresina, com a participação de poucas pessoas, atraiu novos manifestantes durante a tarde e, por volta das 14h, na avenida Frei Serafim, um grande tumulto marcou o movimento.

Oito pessoas foram presas pelos policiais que faziam a segurança no local. Três foram identificados apenas como Deolindo, Alex (da UMES) e Samuel (do DCE da UFPI). Eles se juntaram ao movimento agora chamado de '#ContraOAumento - Parte II', lembrando o protesto que fizeram em setembro do ano passado.

Na época conseguiram garantir que o prefeito Elmano Ferrer congelasse, pelo menos por um bom tempo, o preço da passagem de ônibus em R$ 1,90. O reajuste vem sendo solicitado pelo Sindicato dos Transportes Urbanos (SETUT) desde o primeiro semestre de 2011. A Prefeitura de Teresina só cedeu agora no início do ano novo, justamente no período em que os estudantes, que mais participam do movimento, estão de férias.

MOVIMENTO FEZ FOI AUMENTAR

Esperava-se que, assim como na segunda-feira, o movimento '#ContraOAumento - Parte II' fosse com pouca participação popular. Mas não foi o que ocorreu. Uma quantidade de pessoas razoável apareceu e foi o suficiente para incomodar a PMT e o SETUT, que já acionaram a Polícia. Por volta das 14h30 um grande número de policiais do RONE e até seguranças de uma empresa particular apareceram e tentaram controlar o movimento.

PRESOS E TIROS DE BORRACHA

A gritaria é grande e o clima é tenso no local. Balas de borracha para 'efeito moral' foram disparadas. Os tiros e as prisões não param e cada vez mais os manifestantes partem para o confronto, com apitos na boca e gritos de ordem. Mais cedo, quando do início do movimento, guardas da Strans chegaram ao local da movimentação para multar um carro de som. Estavam acompanhados de policiais do RONE e serviu só para aumentar a intensidade do protesto.


SANGUE E TENTATIVA DE NEGOCIAÇÃO

Um dos presos pela Polícia foi identificado como Samuel Oliveira da Silva, que diz ser advogado do DCE da UFPI (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Piauí). Ele saiu ensanguentado de dentro de uma viatura policial alegando que foi agredido a socos, cotoveladas e pontapés por alguns policiais. Disse que não entendeu porquê da truculência, já que a manifestação era pacífica. Ele se debateu dentro da viatura e disse que não seria preso. A confusão aumentou. A tenente coronel Júlia Beatriz, da Polícia Militar, chegou ao local para negociar com os estudantes.

SPRAY DE PIMENTA TAMBÉM É USADO

No momento em que acontecia o confronto entre policiais e estudantes Enzo Samuel, advogado do DCE da UFPI, que estava porta-malas de uma começou a passar mal e se debateu na viatura para que recebesse atendimento. Quando enfim o bagageiro foi aberto policias o advogado estava ferido na testa, boca e nariz além de falta de ar. Logo depois que retomou seu estado normal, ele afirmou que foi confundido com um estudante e então foi preso. “fui dominado por policiais da RONE e levado para a viatura, desmaiei. Estou lutando por um direito meu exercendo minha profissão”, relatou segurando a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil. A polícia usou spray de pimenta e balas de borracha contra os estudantes. Estudantes corriam para ruas próximas a avenida.

Os estudantes ainda acusaram a tropa de choque da RONE, comandada pelo Tenente Tanaka de atirarem com balas de arma letal e agressão aos estudantes. Além da polícia, um grupo de seguranças particulares acompanha a manifestação. Estes usavam crachás de identificação, mas quando foram perguntados pela imprensa sobre o que estariam fazendo ali eles esconderam nos bolsos dificultando suas identificações. 

Informações do site 180 graus



Um comentário:

  1. Nem nos anos de governo Militar houve tamanho abuso, pois os militares nunca enfrentaram crianças com cacetetes e balas de borracha como esta acontecendo agora e parece que a mídia esta do lado dos fortes, pois dão a notícia e nem comentários fazem. Afinal, não são os maconheiros da USP nem a passeata da maconha com um ministro do PT a frente.

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