O deputado Raimundo Cutrim (DEM),
ex-secretário de segurança do Maranhão, criticou duramente, na manhã desta
terça-feira, o sistema de segurança do Estado. Os petardos dirigidos ao
secretário Aluísio Mendes foram disparados no programa “Bastidores da Capital”,
apresentado pelo radialista Ivison Lima, na Rádio Capital AM.
Segundo o deputado, pertencente à base
do governo na Assembleia, o sistema de segurança ficou desmoralizado depois da
divulgação dos depoimentos de três testemunhas do assassinato do jornalista
Décio Sá. “Esse sistema de segurança não tem nenhuma credibilidade, por isso a
situação é crítica. Em 98, quando fui secretário, tínhamos pouco mais de 80
delegados, hoje são mais de 300. Àquela época, o efeito da Polícia Militar era de
aproximadamente 5 mil homens, hoje são aproximadamente 7 mil. O que está
faltando é trabalhar preventivamente”, disse Cutrim.
O ex-secretário aproveitou para criticar
a decretação de sigilo nas investigações. “A secretaria não tem poderes para
decretar sigilo em investigações. Isso é de competência do Poder Judiciário. A
natureza do inquérito, por si só, já é sigilosa”, acrescentou.
Sobre o assassinato do jornalista Décio
Sá, Cutrim não acredita que tenha sido um crime bem planejado, como dissera o
secretário Aluísio Mendes. O parlamentar acredita que tudo foi arquiteto no
mesmo dia da execução. “Não vejo ninguém, no Maranhão e no Nordeste, com
estrutura de pistolagem para seguir alguém por quinze dias. A decisão de
executar o jornalista foi tomada no mesmo dia”, afirma Cutrim.
Para ele, o assassinato do jornalista
foi uma afronta à sociedade maranhense e volta a afirmar que a situação da
segurança pública é grave, pois existem diversos crimes de encomenda que não
foram elucidados. Como exemplo, cita uma execução recente de uma pessoa no
município de Tuntum, quando a mesma se encontrava em um balneário, em plena luz
do dia, por volta das 17h. Para Cutrim, esse foi mais um crime de encomenda e
que a segurança pública precisa dar respostas urgentes.
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