REYNALDO TUROLLO JR.
FOLHA DE SÃO PAULO

O impasse ocorreu porque ela havia sido
encaminhada em uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência), gerido pela Prefeitura de São Luís.
Na cidade, pacientes transportados pelo
serviço estão proibidos de ser atendidos nas UPAs. Quem precisa de atendimento
de urgência tem de chegar por meios próprios, como carro ou mesmo a pé.
O veto contraria portaria do Ministério
da Saúde, segundo a qual as UPAs têm de trabalhar em conjunto com o Samu.

CARREGADOS
A situação, diz a Promotoria, já motivou
casos de pacientes deixados pelo Samu perto de unidades estaduais, para depois
seguirem de táxi ou carregados por parentes.
"[O impasse] Tem causado um
transtorno muito grande ao sistema", disse o promotor Herberth Figueiredo,
que deve entrar com ação contra o Estado pedindo a abertura das UPAs ao serviço
municipal.
"A gente é proibido de entrar nas
UPAs. Se tentarmos colocar a ambulância, o guarda fecha o portão. É assim desde
a inauguração [no último ano]", afirma o diretor do Samu, Rurion Meneses.
O serviço tem 12 ambulâncias para
socorrer urgências. O Estado dispõe apenas de veículos para transferir
pacientes entre unidades.
REGULAMENTO
Segundo a portaria do ministério que
define as diretrizes para as UPAs, elas têm de atuar com o Samu.

Há cinco unidades na Grande São Luís.
Hoje, todos os pacientes transportados
pelo Samu, inclusive os de menor complexidade, são levados diretamente aos dois
prontos-socorros municipais.
Os Socorrões, como são chamados, sofrem
há anos com a superlotação. O modelo de UPA idealizado pelo ministério
pretendia justamente desafogar os prontos-socorros.

OUTRO
LADO
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde
afirmou que Estado e município fizeram um acordo para que as UPAs "se
abstivessem de receber pacientes do Samu, devido à superlotação das mesmas,
decorrente da precária situação dos serviços da prefeitura".
"A decisão vale até que a
prefeitura invista nas suas unidades", afirmou.
A prefeitura negou ter feito qualquer
acordo.
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