Acusação pretende anexar ao processo uma cópia do manuscrito em que Bruno propõe o "plano B" para os acusados.
Defensor do goleiro prefere acreditar que "amor homossexual" levou Macarrão a cometer o crime
Andréa Silva, de Belo Horizonte (MG)
De Veja online
A carta escrita pelo goleiro Bruno
Fernandes para o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, revelada por
VEJA, será anexada ao processo como prova contra o jogador. Na manhã desta
segunda-feira, o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representa a
sitiante Sônia de Fátima Moura e atua junto ao Ministério Público de Minas
Gerais, pretende solicitar à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) uma
cópia do manuscrito.
A carta, com assinatura de Bruno –
submetida a dois peritos, que atestaram a autenticidade da firma – fala de um
“plano B” para os acusados. O objetivo seria fazer com que Macarrão assumisse a
responsabilidade por toda a trama macabra do assassinato de Eliza, livrando o
jogador da prisão. O atleta, por sua vez, assumiria todas as despesas de seu
secretário, incluindo o sustento familiar e os honorários dos advogados.
José Arteiro disse ao site de VEJA esta
manhã que a cópia da carta será anexada ao processo que encontra-se no Tribunal
de Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. "Esta é
mais uma prova que ajuda a desmascarar todos os envolvidos no assassinato cruel
da Eliza. Eles pensaram que iriam enganar a Justiça e ficar impunes, mas estão
atolados até o pescoço.
Os advogados de defesa estão se
articulando na tentativa de fazer de Bruno um bom moço e do Macarrão um
monstro, que agiu sozinho, em nome de um amor homossexual", afirmou
Arteiro.
A versão sobre o “amor homossexual”
entre Bruno e Macarrão é, para Arteiro, um jogo de cena. Isso ajudaria a
sustentar a tese de que Macarrão agiu sozinho, sem que Bruno tivesse noção do
que se passava com Eliza – apesar de ela ter ficado em um cativeiro no sítio do
atleta, em Esmeraldas.
Já para a defesa de Bruno, o romance
entre o ex-goleiro do Flamengo e seu braço direito é uma hipótese cada vez mais
consistente – ou pelo menos uma versão mais interessante do que a de “plano B”
para livrar o jogador. O advogado de Bruno, Rui Pimenta Caldas, agendou para o
início da tarde uma visita ao goleiro, na Penitenciária de Segurança Máxima
Nelson Hungria, onde o réu aguarda julgamento há dois anos.
Pimenta vai levar um exemplar de VEJA
com a reportagem e o teor da carta, para ouvir a versão de Bruno. Pimenta,
mesmo ciente do exame dos peritos, diz querer “certificar-se” sobre a
autenticidade do manuscrito.
Para o representante do goleiro,
Pimenta, o teor da carta está mais para um término de um relacionamento amoroso
entre eles. Desde que assumiu a defesa do goleiro, em janeiro deste ano,
Pimenta mudou toda a estratégia que foi traçada pelos advogados anteriores,
Ércio Quaresma e Cláudio Dalledone Júnior.
Foi Pimenta o primeiro advogado de Bruno
a afirmar que Eliza foi mesmo assassinada. Ele, no entanto, tenta sustentar a
versão de que o crime foi planejado por Macarrão e que a motivação seria o amor
por Bruno, além de ciúmes e ódio que o funcionário nutria por Eliza.
Pimenta disse que também vai solicitar
ao TJMG de Contagem que uma cópia do documento para que seja anexada ao
processo. "Acredito que tudo isso não passa de um plano de alguém
interessado em prejudicar o Bruno. Vou usar a carta e a matéria publicada na
revista para provar minha argumentação perante a Justiça", disse.
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