Campo Grande News
Com a execução de ontem, de Eduardo Carvalho, policial militar aposentado e jornalista, são três 
pessoas ligadas a jornais executados neste ano em Mato Grosso do Sul. As outras vítimas são Paulo Rocaro e Eduardo Carvalho.
Em todos os casos a investigação da Polícia segue a linha de que o motivo do crime foi a atuação deles na imprensa. 
Eduardo Carvalho era dono do jornal 
eletrônico UHNews. Por se sentir ameaçado, desde novembro do ano passado
 ele tinha um colete a prova de balas, no entanto, não estava usando 
quando foi executado, na noite desta quarta-feira, no bairro Giocondo 
Orsi, em frente a casa onde morava.
Carvalho
 já tinha sofrido atentado anteriormente, há dois anos, quando estava no
 carro com a filha. Para a Polícia, o fato de ele comandar um jornal que
 costumava publicar matérias polêmicas e criar inimigos faz com que as 
investigações sigam por este caminho.
Os
 dois primeiros casos deste ano tiveram como cenário, a região de 
fronteira e uma distância de 100m entre um e outro e o intervalo de oito
 meses.
Paulo
 Rocaro foi baleado na noite de 12 de fevereiro por uma dupla de 
motocicleta. Ele conduzia um Fiat Idea e sofreu a emboscada na avenida 
Brasil, em Ponta Porã. Rocardo era editor do Jornal da Praça e retornava
 da casa do ex-prefeito de Ponta Porã, Vagner Piantoni (PT), de quem era
 amigo. Os disparos foram feitos com os dois veículos em movimento. A 
moto não tinha placas e a dupla usava capacete.
No
 corpo de Rocaro foram encontradas nove perfurações de pistola 9mm, arma
 de uso restrito das Forças Armadas, mas facilmente encontrada do outro 
lado da fronteira.
Ele chegou a ser socorrido, mas morreu na madrugada do dia seguinte.
A
 investigação descartou que o assassinato tenha sido passional ou por 
dívidas, reforçando a tese de que a morte estava mesmo era relacionada 
ao trabalho da vítima como jornalista.
Com
 experiência também na Polícia Militar, o jornalista era editor-chefe do
 Jornal da Praça e diretor do site Mercosul News. Em 2002, publicou o 
livro “A Tempestade – Quando o crime assume a lei para manter a ordem”. A
 obra fala de pistolagem e da conivência policial num território 
dominado pelo tráfico.
Oito meses 
depois, o alvo da pistolagem foi o dono do Jornal da Praça, Luiz 
Henrique Rodrigues Georges, 44 anos, conhecido por Tulu. O veículo que 
ele dirigia, uma Pajero, foi metralhado com 20 tiros de fuzil, também em
 Ponta Porã.
Tulu,
 como era conhecido, foi atingido por três tiros, um na cabeça e dois no
 tórax. Outras duas pessoas estavam no carro. Apenas um sobreviveu ao 
atentado.
Outros casos-
 O histórico de pessoas ligadas à imprensa executadas em Mato Grosso do 
Sul vai além. Em 2003, um dos donos do jornal Boca do Povo, Edgar 
Ribeiro Pereira de Oliveira, de 43 anos, foi assassinado no bairro Monte
 Castelo.
De dentro da Blazer que 
dirigia, ele foi atingido por vários disparos de pistola calibre 765 e 
morreu no local do crime, quando passava pela Rua Dolor de Andrade. Os 
tiros vieram do passageiro de um Fiat vermelho.
Um
 dos crimes mais recordados foi a execução de Edgar Lopes de Faria. 
Conhecido como ‘Escaramuça’, ele foi morto em 1997, aos 48 anos, quando 
saía da padaria onde costumava tomar o café da manhã, a seis quadras de 
casa, no bairro São Francisco.
Quando
 retornava ao carro, se virou para alguém que o chamou pelo nome e levou
 o primeiro tiro na axila. O pistoleiro foi caminhando até o jornalista e
 disparou mais cinco vezes com uma arma calibre 12, outro homem na 
esquina, com uma pistola 765, fez mais dois disparos. Escaramuça morreu 
no local.
A motivação era a 
divulgação de informações da participação de policiais de Dourados em 
grupos de extermínio; corrupção de políticos e policiais.
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