sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Petição: 1 milhão de assinaturas a favor do impeachment de Renan

Abaixo-assinado na web quer apoio de 1,3 milhão de pessoas para enviar lista ao Senado e tirar senador da presidência da Casa


O GLOBO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)


Renan Calheiros (à direita) participa de cerimônia antes do início dos trabalhos da 54ª Legislatura 
UESLEI MARCELINO / REUTERS


RIO - Um abaixo-assinado alcançou, nesta sexta-feira, 1 milhão de assinaturas a favor do impeachment de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.

A petição, que está disponível na web, foi publicada há apenas oito dias pelo internauta Emiliano Magalhães. Outra já havia sido criada pela ONG Rio de Paz e pelo Movimento 31 de julho, organizações que combatem a corrupção. Os manifestantes pediam, antes das eleições para a presidência do Senado, que os parlamentares não elegessem o senador, que pode ser réu por peculato e outros crimes no Supremo Tribunal Federal (STF).

O novo abaixo-assinado tem o objetivo de alcançar o apoio de 1,3 milhão de pessoas a favor da deposição do senador.

“Vamos conseguir 1.360.000 assinaturas (1% do eleitorado nacional), levar esta petição para o Congresso e exigir que os Senadores escutem a voz do povo que os elegeu. Segundo nossa Contituição. ‘A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles’”, diz o texto.

Em sua página no Facebook, o autor do abaixo-assinado, morador de Ribeirão Preto (SP), ressalta que não é filiado a nenhum partido, e escreve:

“Meu nome é Emiliano, sou Representante Comercial, e atualmente o Senado não me representa.”


Denúncias que pesam contra Renan Calheiros


Gustavo Miranda / Agência O Globo


CRIME AMBIENTAL 
Em novembro de 2012, o Ministério Público ajuizou uma ação civil pública contra Renan e contra a Agropecuária Alagoas, que pertence ao senador, acusando-os de causar dano ambiental ao pavimentar com paralelepípedos, sem autorização, uma estrada de 700 metros dentro da estação ecológica Murici, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A estrada liga a Fazenda Alagoas, de propriedade do grupo de Renan, à principal rodovia que corta o estado, a BR-101. 


IMPROBIDADE 
Inquérito do STF investiga se o senador praticou improbidade administrativa e tráfico de influência. De acordo com a Procuradoria-geral da República, o material que embasou a investigação teria chegado ao Ministério Público Federal (MPF) em 2009. O caso, que está em segredo de Justiça, chegou ao Supremo em julho de 2010. No mês seguinte, o então presidente do STF, ministro Cezar Peluso, determinou a distribuição do pedido do procurador para um relator na Corte. 


NOTAS FRIAS 
Outro inquérito investiga se teve despesas pessoais e da ex-amante Mônica Veloso pagas por lobista de uma empreiteira. Em 2007, a revista “Veja” divulgou que um lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, pagava o aluguel de R$ 4.400 mensais de um apartamento onde morava a jornalista com as duas filhas. O lobista, segundo a denúncia, também pagava R$ 12 mil mensais de pensão para a filha de Renan. Com o estouro do caso, para não ser cassado, Renan renunciou à presidência do Senado. 


NEPOTISMO 
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também emprega um parente do senador. Rodrigo Rodrigues Calheiros, um dos filhos de Renan recebe R$ 10,5 mil mensais como assessor de Contratos Especiais da presidência do órgão. Rodrigo, de 28 anos, está na companhia desde abril de 2011, mas não é assíduo no trabalho, segundo servidores. Rodrigo é lotado na presidência da Conab, mas sua mesa está instalada na diretoria de Gestão de Pessoas, cujo diretor é Rogério Abdalla, homem do PMDB. 


TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 
Calheiros também é acusado de usar sua influência na Caixa Econômica Federal e no estado de Alagoas para favorecer uma empreiteira ligada ao irmão do empresário Tito Uchôa, apontado como laranja do senador. Segundo denúncia publicada em 23 de janeiro de 2013 no jornal "O Estado de S.Paulo", a empresa faturou R$ 70 milhões pelo programa "Minha Casa, Minha Vida" nos últimos dois anos no estado. A denúncia diz ainda que a Construtora Uchôa assinou seu primeiro contrato, no valor de R$ 51,7 milhões, para a construção de 1.261 casas populares em Santana do Mundaú após as chuvas que destruíram a região em dezembro de 2010. Até hoje as obras não foram concluídas. 

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