Petrobras: refinarias do Nordeste em xeque
".. Essas refinarias nunca subiram no telhado, nem estão no telhado, mas não posso construir uma refinaria que não deu tudo de si como projeto" (Maria das Graças Foster)
O Globo

— O desafio agora é viabilizar essas refinarias para que elas sejam competitivas a nível internacional. Essas refinarias nunca subiram no telhado, nem estão no telhado, mas não posso construir uma refinaria que não deu tudo de si como projeto. As Premium precisam mostrar evolução em sua concepção. Não é pessimismo nem otimismo, é realidade — destacou Graça.
Segundo o ex-diretor da Petrobras Wagner Freire, a opção pelas Premium, isoladas no Nordeste, revela que houve ingerência política do governo federal.As duas refinarias entraram nos planos estratégicos da Petrobras em 2008, quando a companhia era comandada por José Sergio Gabrielli. A do Maranhão, com capacidade para refinar 600 mil barris por dia e orçada pelo mercado em cerca de US$ 20 bilhões, tinha previsão para iniciar a operação em 2016. Já a do Ceará, de 300 mil barris por dia e custo estimado em US$ 10 bilhões, entraria em 2017. Para especialistas, a decisão de Gabrielli, que foi predominantemente política, para agradar aliados do governo, carece de suporte técnico e econômico.
— Por que e para que investir em refinarias no Maranhão e no Ceará? Ao meu ver, esses investimentos não têm sentido. Mesmo sendo adiados, deveriam ser revistos — diz Freire.
O especialista Adriano Pires concorda que a decisão de se construir as refinarias foi política, mas, lembra que havia um argumento técnico, a exportação dos derivados e, posteriormente, o suprimento do consumo na região.
— Esses projetos se tornaram inviáveis porque, além das margens de refino serem pequenas, o governo controlou os preços dos combustíveis — afirma.
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