quinta-feira, 8 de agosto de 2013

“O governo do Maranhão não manda no sistema penitenciário. O controle está com os presos”, diz líder de agentes penitenciários



César Bombeiro disse que os presos dominam o sistema prisional
Em entrevista ao programa “Comando da Noite”, na Rádio Educadora, na noite de quarta-feira(07), César Bombeiro, vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, fez uma revelação bombástica: o controle do sistema penitenciário do Maranhão está com os presos. Para ele, o governo não manda em nada.

Esse controle estaria nas mãos de líderes de, pelo menos, três facções criminosas, intituladas de “Bonde do 40”, “PCM-Primeiro Comando do Maranhão” e “PCC-Primeiro Comando da Capital”. De dentro dos presídios, utilizando telefones celulares, os integrantes dessas facções repassam ordens para outros comparsas que estão fora de presídios.

César Bombeiro negou que exista um complô contra o Secretário da SEJAP, Sebastião Uchoa, que vem tentando moralizar o sistema penitenciário. Segundo ele, depois que Uchôa assumiu o comando do sistema penitenciário, as fugas e mortes em presídios só aumentaram.

César lamentou o descaso do governo para com os agentes penitenciários. “Em termos de equipamentos de trabalho, a situação é péssima. Os coletes que usamos são aqueles que já não servem aos policiais civis. Quem quiser usar arma tem que comprar. Todos nós usamos revólver calibre 38 comprados com nossos recursos. Isso é um descaso”, diz.

Para o líder dos agentes penitenciários, o governo, em vez de fazer concurso para contratar novos agentes penitenciários, resolveu terceirizar o serviço. Hoje, monitores de empresas terceirizadas, contratados com apenas uma semana de treinamento, é quem fazem o trabalho que seria destinado a agentes.

“O custo de um monitor para o Estado é de aproximadamente R$ 4.500,00/mês. A empresa terceirizada paga apenas R$ 700,00/mês a esse monitor. É um grande negócio para empresas terceirizadas”, afirma César.

Sobre as fugas registradas no sistema penitenciário, César Bombeiro afirma que a culpa é da própria Secretaria de Segurança, que resolveu retirar a vigilância por policiais militares. 

“Os PMs ficavam nas guaritas. A Secretaria resolveu substituí-los por vigilantes terceirizados que usam apenas um apito como arma. Então, não adianta culpar os trabalhadores do sistema penitenciário. A culpa é do próprio secretário de segurança”, afirma

Para ele, o desafio é diminuir a superpopulação carcerária. "O governo tem que investir na construção de unidades prisionais para apenas 200 detentos. Além disso, tem que investir em educação e na qualificação da mão-de-obra como forma de evitar a ociosidade, principal responsável por conflitos dentro dos presídios", completa César Bombeiro.

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