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César Bombeiro disse que os presos dominam o sistema prisional |
Em entrevista ao programa “Comando da
Noite”, na Rádio Educadora, na noite de quarta-feira(07), César Bombeiro,
vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, fez uma revelação
bombástica: o controle do sistema penitenciário do Maranhão está com os presos.
Para ele, o governo não manda em nada.
Esse controle estaria nas mãos de
líderes de, pelo menos, três facções criminosas, intituladas de “Bonde do 40”, “PCM-Primeiro
Comando do Maranhão” e “PCC-Primeiro Comando da Capital”. De dentro dos
presídios, utilizando telefones celulares, os integrantes dessas facções
repassam ordens para outros comparsas que estão fora de presídios.
César Bombeiro negou que exista um
complô contra o Secretário da SEJAP, Sebastião Uchoa, que vem tentando
moralizar o sistema penitenciário. Segundo ele, depois que Uchôa assumiu o
comando do sistema penitenciário, as fugas e mortes em presídios só aumentaram.
César lamentou o descaso do governo para
com os agentes penitenciários. “Em termos de equipamentos de trabalho, a situação
é péssima. Os coletes que usamos são aqueles que já não servem aos policiais
civis. Quem quiser usar arma tem que comprar. Todos nós usamos revólver calibre
38 comprados com nossos recursos. Isso é um descaso”, diz.
Para o líder dos agentes penitenciários,
o governo, em vez de fazer concurso para contratar novos agentes penitenciários,
resolveu terceirizar o serviço. Hoje, monitores de empresas terceirizadas,
contratados com apenas uma semana de treinamento, é quem fazem o trabalho que
seria destinado a agentes.
“O custo de um monitor para o Estado é
de aproximadamente R$ 4.500,00/mês. A empresa terceirizada paga apenas R$
700,00/mês a esse monitor. É um grande negócio para empresas terceirizadas”,
afirma César.
Sobre as fugas registradas no sistema
penitenciário, César Bombeiro afirma que a culpa é da própria Secretaria de
Segurança, que resolveu retirar a vigilância por policiais militares.
“Os PMs
ficavam nas guaritas. A Secretaria resolveu substituí-los por vigilantes
terceirizados que usam apenas um apito como arma. Então, não adianta culpar os
trabalhadores do sistema penitenciário. A culpa é do próprio secretário de
segurança”, afirma
Para ele, o desafio é diminuir a superpopulação carcerária. "O governo tem que investir na construção de unidades prisionais para apenas 200 detentos. Além disso, tem que investir em educação e na qualificação da mão-de-obra como forma de evitar a ociosidade, principal responsável por conflitos dentro dos presídios", completa César Bombeiro.
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