quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Em Teresina, Policia Federal prende dois diretores da Agespisa por poluição das águas do rio Parnaíba e Poty com esgoto in natura

Efrém Ribeiro/Meio Norte

Entrevista coletiva na sede da Polícia Federal/PI
Agentes e delegados da Polícia Federal (PF) apreenderam na manhã de quarta-feira documentos na sede da Agespisa no centro de Teresina e na ETA (Estação de Tratamento de Água) , no Distrito Industrial, na zona Sul da cidade.

Duas viaturas da PF foram até sede da Agespisa com agentes para apreender documentos que comprovem a poluição da água fornecida pela Estação de Água e Esgotos do Piauí.

Eles conversaram com diretores e apreenderam documentos do quinto andar andar do prédio da Agespisa.

Os agentes também coletaram documentos e material para análise na indústria de cervejas Ambev. Os agentes coletaram na ETA mostra de água utilizada na distribuição em Teresina.

O presidente da Agespisa, Antonio Filho, afirmou que os agentes da Policia Federal apuraram na sede da companhia dados sobre a poluição dos rios Parnaíba e Poti. "É uma apuração que é feita sob sigilo da justiça", declarou Antonio Filho.

Dois diretores da Agespisa presos

A delegada Léa Cecília Muniz, chefe da Delegacia de Combate aos Crime contra o Meio Ambiente da Polícia Federal (PF), informou que foram presos em flagrantes dois diretores da Agespisa na Operação Rio Verde de combate a poluição dos rios Parnaíba e Poty. Ela informou que foram presos o diretor de Operações da Agespisa, José Dias, e Kleton Barata, da coordenação da Estação de Tratamento de Esgotos da Agespisa.

Segundo ela, eles teriam cometido o crime de poluição porque foi encontrado indícios de que águas de esgotos não tratados foram lançadas nos rios Poty e Parnaíba.  O anuncio das prisões foi feito em entrevista coletiva.

Segundo ela, os dois responderão por crime de poluição, previsto no artigo 54, da Lei 9605, que é punido com um a quatro anos de prisão.

O crime e afiançável. Pagando a fiança, José Dias e Kleton Barata, que é engenheiro sanitarista.

“A principal temática da Operação Rio Verde é o combate à poluição hídrica no Piauí, nos rios Poti e Parnaíba, em Teresina. O grande fator poluente é o lançamento de esgotos não tratados”, declarou o superintendente regional da Polícia Federal no Piauí, Antônio Tarciso Alves de Abreu Júnior.

Segundo ele, o que foi constatado é que são sendo lançado esgotos não tratados nos rios Poti e Parnaíba.

“Eles (os dois diretores da Agespisa presos) são responsáveis técnicos e tinham domínio do fato por ação ou omissão. Eles tinham o poder de comando na operação do tratamento de esgoto”, disse a delegada Lea Cecília Nunes Muniz.

Tarcísio Abreu afirmou que a Operação Rio Verde investigou o lançamento de esgotos nos rios Poti e Parnaíba, com a participação de 80 policiais do Piauí, Maranhão, Ceará, Paraná e São Paulo, além de policiais de Psrnaíba (345 km de Teresina).

Foram feitas buscas e apreensões na sede da Agespisa, nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) da zona Leste, Alegria (zona Sul) e Pirajá (zona Norte).

Na sede da Agespisa, foram apreendidos documentos, computadores e dados sobre o exame das coletas de águas e esgotos.

Nas ETEs foram colhidos material de coleta, balancetes e relatórios sobre o monitoramento das águas.

Segundo a delegada Lea Muniz, os dois presos foram responsabilizados por crime de poluição e omissão. A investigação começou no início de 2013 e envolve dois inquéritos, que tratam da poluição do rio e da distribuição de água sem tratamento.

“A coleta já havia sido feita anteriormente e demonstra indícios de que há vestígios veementes de que há lançamentos de esgotos não tratados nos rios", informou a delegada Lea Muniz, ressaltando que o problema tem levado a proliferação de aguapés, plantas aquáticas que passaram a cobrir o leito do Poti.

Conforme o delegado Carlos Alberto Ferreira da Silva, a investigação visa verificar a poluição nos rios e todas as empresas que tenham participação nisso serão ouvidas e responsabilizadas.

A delegada Lea Muniz afirmou que a Agespisa encaminhou denúncia de que a indústria de bebidas Ambev estaria provocando poluição no rio Parnaíba.

Segundo ela, ainda não foi possível identificar isso. Policiais federais colheram material na empresa, que ainda será analisado e não tem data para envio do resultado.

Agespisa e Ambev divulgam nota sobre devassa da Polícia Federal na investigação da poluição dos rios Paraíba e Poti

O presidente da Agespisa, Antonio Filho, informou que só vai se pronunciar sobre a Operação Rio Verde, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, depois de conhecer melhor os detalhes da investigação. Ele destaca que a empresa está colaborando com o trabalho da Polícia, fornecendo todas as informações e documentos solicitados.

A Ambev divulgou nota informando que já protocolou junto aos órgãos responsáveis, documentos, laudos e análises que atestam que não há qualquer relação entre a sua Estação de Tratamento de Efluentes e a citada poluição do Rio Parnaíba.

“A unidade de Teresina aplica os processos mais modernos e eficientes no tratamento de efluentes industriais. A empresa reitera que todas as suas operações seguem rigorosamente as especificações da legislação ambiental vigente e informa que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", diz a nota.

A Ambev informou que já protocolou junto aos órgãos responsáveis, documentos, laudos e análises que atestam que não há qualquer relação entre a sua Estação de Tratamento de Efluentes e a citada poluição do Rio Parnaíba.

“A unidade de Teresina aplica os processos mais modernos e eficientes no tratamento de efluentes industriais. A empresa reitera que todas as suas operações seguem rigorosamente as especificações da legislação ambiental vigente e informa que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”, acrescentou a nota da Ambev.

José Dias - Diretor de Operações da Agespisa











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