
Tão essencial quanto ela é a Justiça.
Sem ela, a Paz equivaleria ao silêncio dos que se resignam diante das
intempéries da vida e calam perante as injustiças. A Paz não advém,
necessariamente, do silêncio e da apatia. Este não é o exemplo que Jesus nos
deixou.
Pois Ele foi condenado à morte na cruz
pelos poderosos, à época, exatamente após ter se indignado por uma situação com
a qual não concordava. Como nos conta a Bíblia, Ele "expulsou todos os que vendiam e compravam
no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam
pombas” (Mateus 21-12).
Não teria Jesus nos demonstrado, com
essa passagem e tantas outras, que devemos lutar contra as injustiças em busca
da Paz, mesmo que isso nos provoque derrotas temporárias, como foi a
crucificação para Ele?
Jesus deixou claro, a todos nós que O
seguimos, que Paz não é ausência de luta, mas a resultante da correção de
injustiças. Todos passamos por situações
parecidas em nossas vidas e temos de entrar em disputas para obter a Justiça
que tanto queremos, por meio da qual poderemos obter a tão sonhada Paz – plena
e verdadeira.
Lembro desses ensinamentos bíblicos
quando fico sabendo, esta semana, que o PIB per capta do Maranhão - comemorado
pelo governo do estado por ser o penúltimo e não mais o último do país - está
atrás do da República do Congo, na África. Ou seja, o país que passou por uma
das guerras civis mais sangrentas do século 20, dizimando gerações inteiras,
tem renda por habitante melhor que nosso Maranhão. O que pode explicar isso?
Qual guerra civil nos acometeu nas últimas décadas que não permite que nos
desenvolvamos?
Como diz Cristo na parábola sobre o
proprietário que não planta nada em seu terreno: “Eu vos digo que o reino de
Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mateus
21-43). “Dar frutos” é gerar riquezas a partir das possibilidades que se abrem
em nosso caminho e ser generoso diante da fartura que somos capazes de
produzir.
Aproxima-se a hora em que a
"terra" será tirada dos que nada produzem, dos que não dão frutos.
Mas, para tal, temos de agir como Jesus nos ensinou. Afinal, “bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mateus 5:-6)
Assim que penso o Natal: o nascimento de
Jesus Cristo como sinal de esperança e fé. São esses sentimentos que têm me
sustentado, especialmente nos últimos 2 anos em que atravesso o vale das dores
eternas. Penso, neste momento, naqueles que não podem passar o Natal com sua
família completa, por causa de violência, crimes, acidentes de transito, erros
hospitalares. Um abraço fraterno a essas e a todas as famílias. E um Natal que
renove a Justiça e a Paz!
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