É bom lembrarmos que 70% dos pacientes dos Socorrões
da capital são do interior do Estado. Se os maranhenses que precisam de
cirurgias não podem contar com os hospitais que já foram inaugurados, para que
gastar tanto no programa “Saúde é Vida”? Dos 72 hospitais prometidos pela
governadora em 2010, apenas 29 foram inaugurados. Alguns funcionam
precariamente.
Muitos prefeitos alegam que não têm condições de
manter essas unidades de saúde sem o apoio do Estado ou do governo federal. O
secretário de saúde tem dito que o governo repassa anualmente pouco mais de R$
700 mil/ano para pagamento de profissionais de saúde dessas unidades no
interior. No entanto, prefeitos dizem que esse valor é insuficiente para o
custeio de uma unidade hospitalar com 20 leitos.
Não se pode, portanto, culpar a prefeitura de São
Luís pelas longas filas de espera por cirurgias eletivas e pelo
congestionamento de hospitais do estado na capital. Os Socorrões,
prioritariamente, são hospitais de urgência e emergência e se estão
superlotados é porque as ‘procissões de ambulâncias’ do interior para a capital
nunca cessaram.
O problema é do próprio governo que parece ter
perdido os rumos do programa “Saúde é Vida”. Um programa que merece ser
investigado a fundo pelo Ministério Público, pois há evidências de desvios. Um
deles está evidente: depois de receber mais de R$ 20 milhões do governo, a
construtora JNS Canaã fechou as portas e abandonou obras de vários hospitais. A construtora foi contratada, sem licitação, para a construção de 11 hospitais no valor de R$ 19.808.000,00. O
governo teve que fazer nova licitação para continuar as obras, aumentando os
custos do projeto.
O programa “Saúde é vida” pode até não trazer grandes
soluções para a saúde dos maranhenses, mas, com certeza, está melhorando a
saúde financeira de muita gente.
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