quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Planalto tenta evitar colar no governo federal crise no Maranhão

por Gerson Camarotti
do G1

Preocupada com a violência em presídio do Maranhão, a presidente Dilma Rousseff almoçou com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo para avaliar a situação e determinou que ele oferecesse toda ajuda necessária ao governo estadual. Mas no núcleo palaciano, há o reconhecimento de que a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA), num primeiro momento, resistiu à ajuda federal para evitar um desgaste político.

“O governo federal vai ajudar o Maranhão em tudo o que for preciso. Mas a Roseana tem que pedir essa ajuda”, observou um interlocutor da presidente Dilma.

Segundo relatos, o ministro Cardozo informou à presidente Dilma que tem feito tudo o que pode em relação ao Maranhão: prorrogou a permanência da Força Nacional em São Luís e disponibilizou vagas em presídios federais para os líderes das facções criminosas. O governo maranhense teria pedido mais 50 vagas nos presídios federais, além dos 26 presos que já foram transferidos. Mas o Ministério da Justiça ainda aguarda que seja enviada a relação com o nome de todos os presos.

O ministro da Justiça também avalia a possibilidade de viajar para São Luís para analisar de perto a situação prisional no estado. Existe uma recomendação no Palácio do Planalto para evitar colar no governo federal um problema estadual, principalmente depois da nota do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas que pediu que as autoridades brasileiras façam uma investigação imediata, imparcial e efetiva da situação de violência no presídio de Pedrinhas.

A avaliação feita nesta quarta-feira, em Brasília, é que é possível contornar a crise no Maranhão. No Planalto, há um consenso de que uma intervenção federal no estado seria uma solução drástica. Mas também há o reconhecimento de que a governadora Roseana Sarney não pode tentar contornar esse episódio como uma forma de “embate político”.

Há contrariedade no Planalto com o posicionamento da governadora do Maranhão, que tem acirrado o problema ao atacar um relatório divulgado recentemente pelo Conselho Nacional de Justiça. Dilma tem mantido um diálogo constante com o senador José Sarney (PMDB-AP), pai de Roseana. Como a família Sarney é uma aliada preferencial do governo petista, a recomendação é de que haja cautela dos ministros ao tratar do tema.

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