LIÇÃO DO DIA: É preciso amar as pessoas e os animais como se não houvesse amanhã

Faço questão de fechar as postagens desta sexta-feira com esse lindo relato sobre o 'salvamento' de um gatinho nas proximidades do Elevado da Cohama. Uma bela lição para todos nós.

O texto é de autoria de Mauro Wagner, no facebook.

Jogar uma pedra no mar, não muda nada, mas para aquela pedra, faz toda a diferença

Por Mauro Wagner (no facebook)

Nesta última quarta-feira, 19, por volta das 14h, estava passando pelo elevado da Cohama, no sentido Escola Adventista e o posto de gasolina. A chuva estava muito grosa, o frio pior ainda. De repente, passa por mim uma pessoa correndo no sentido contrário e percebi que ele acabara de entrar na chuva, pois ainda estava com a camisa enxuta. Fiquei curioso e dei aquela espiada e vi que ele juntou alguma coisa a uns 20m de distância de mim. Encostei, então, o veículo embaixo do elevado e fiquei lhe esperando retornar e pude ver que ele trazia um animalzinho protegido pela sua camisa já encharcada de água. A chuva ainda caia sem parar

Eu pensei rápido! Esse cara não tem mais o que fazer ao parar e se molhar pra fazer aquela loucura. Daí, lembrei-me que poderia render umas poucas linhas pra Rede Social se eu fosse conversar com ele. Pra mim, pode até não ser muito interessante, mas acho que para os adultos sensíveis e principalmente para as crianças, a lição pode ser muito significativa. E lá vai mais um perder preciosos minutos da vida.

Sem perder tempo, desci do veículo ao lado do elevado, passei por debaixo do elevado e fui em direção a um veículo de cor cinza estacionado do outro lado da Avenida. Ao chegar, até fiquei sem jeito, pois a cena era de uma criancice sem tamanho. Eu estava quase que imóvel de achar tão engraçado, pois vi o carinha lá dentro do veículo enxugando um gatinho com a flanela do carro. O gato parecia mais um rato, que sinceramente um gato, todo melecado de água e sujeira.

Discretamente tentei já me identificar como mais um salvador da pátria, digamos que mais um fã do filme “O auto da Compadecida”. Dai falei que adoraria poder conversar com ele sobre a atitude legal dele ter tirado o gato da chuva. Ele, então, com os olhos fixos no gato e na flanela, disse sem emoção: “Eu não tirei ele só da chuva, mas o gato queria atravessar a avenida e como tava chovendo, vi o gato sem forças querendo pular do meio fio pro meio da avenida, com certeza iria ser esmagado pelos carros. As pessoas passam pelo gato e ninguém faz nada para ajudar. Eu fiz o retorno e parei do outro lado para ajudá-lo. Parece que as pessoas não têm coração”.

Então de imediato saquei o celular pra fazer umas fotos. O autor da façanha de desperdiçar um pouco do seu tempo, seria um relojoeiro que trabalha nas proximidades da Rua Grande, em uma Rua no canto do Edifício Duas Nações. Ele fez o que muitos achariam banal, sem importância, coisa para quem não teria o que fazer no pensamento de muitos, mas daí veio o pensamento do título dessas linhas... “Jogar uma pedra no mar, não muda nada, mas para aquele gato, faria toda a diferença”. São ações tão pequenas como “obrigado, por favor, com licença, desculpa ai...”, que com certeza, mudaria muitas coisas no nosso dia a dia em casa, no serviço, no trânsito e em qualquer lugar.

O relojoeiro que dá corda para atos tão pequenos, simplesmente fechou a porta do seu veículo e seguiu o seu caminho com o gato molhado. 

Fotos: Mauro Wagner