Disputa eleitoral gera bate-boca entre senadores do governo e oposição
BRASÍLIA - Senadores do governo e oposição tiveram uma discussão ácida na tarde desta terça-feira no plenário, durante discurso do líder do PT, Humberto Costa (PE), que subiu à tribuna para reagir à declaração do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que na segunda-feira declarou: "Não dá para ter mais quatro anos da Dilma, o Brasil não aguenta". Costa reclamou do tom do candidato do PSB à Presidência e disse que a disputa eleitoral não pode virar “uma briga de rua”. Ele reclamou ainda que Eduardo Campos está desqualificando o debate e tirando proveito do grande volume de recursos enviados pelos governos Lula e Dilma a Pernambuco, sem reconhecer o que foi feito pelo governo federal.
Ao listar os recursos enviados a Pernambuco para programas como o “Minha Casa Minha Vida”, e pedir que os adversários da presidente Dilma mantenham o debate em alto nível, Humberto Costa foi interpelado pelo líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP), dizendo que aula de civilidade do líder petista seria melhor se fosse dada à própria presidente Dilma.
- É melhor que vossa excelência faça essa pregação de boas maneiras para a presidente Dilma, porque foi ela quem começou, chamando a oposição de cara de pau e pessimista. Outra companheira sua veio aqui reclamar da ingratidão do governador Eduardo Campos, como se o governo estivesse fazendo um favor que garantisse a vassalagem eterna - rebateu Aloysio Nunes.
- Estou falando em elevação do debate em todos os níveis, sem ataques pessoais. É certo que os recursos são destinados aos estados e à população. Por essa razão eu digo que a presidente Dilma age de forma republicana, sem distinguir governo e oposição. O que não pode é alguém não reconhecer isso - respondeu Humberto Costa.
Em seguida foi o líder tucano que subiu à tribuna, para criticar o uso do Palácio da Alvorada pelo comando da campanha da presidente Dilma Rousseff. Desta vez o embate foi com a senadora Gleisi Hoffmann, escalada para responder a todas as críticas de Aloysio Nunes Ferreira. Ele começou dizendo que tinha uma pequena divergência com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, ao analisar a foto divulgada pelo Instituto Lula , disse que os presentes na reunião apareciam “embevecidos e sorridentes”.
- Embevecido sim estava o presidente Lula, que não desencarnou do cargo e continua usando a biblioteca do Alvorada como se fosse sua casa. Quem usou foi o Lula, que age como se o governo fosse dele - disse Aloysio, provocando a ira da senadora Gleisi Hoffmann.
- Eu queria saber por que o sorriso do presidente Lula causa tanto impacto ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso! O sorriso do presidente Lula e da presidente Dilma é o sorriso do povo brasileiro, satisfeito com as conquistas do povo brasileiro - reagiu Gleisi, completando:
- Será que o ex-presidente Fernando Henrique não sorria no Palácio da Alvorada? Ou será que só gargalhava quando negociou a emenda da reeleição que levou à inflação de 12% no País? - alfinetou a ex-ministra da Casa Civil.
Em sua tréplica o líder tucano disse que Gleisi tentava fazer render a ironia usada por ela em um artigo, mas que deveria ter cuidado, porque “ a ironia é uma arma difícil de ser manejada”. Disse que se referia à perda de autoridade política da presidente Dilma frente ao ex-presidente Lula e repetiu o argumento de Eduardo Campos. Disse que o País não aguentaria mais quatro anos de Dilma e de suas ações minando a economia e a segurança pública.
- Que projeto de lei a presidente enviou ao Congresso para resolver os problemas graves da segurança pública? Disseram alguma palavra sobre isso? Não! Se a presidente Dilma gastasse um pouquinho do seu tempo para resolver os problemas não passaria pelo que está passando. Tentou entregar dois ministérios do seu governo a dois senadores, e esses dois senadores responderam com um redondo não! - continuou Aloysio Nunes, encerrando o debate acalorado.
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