Na primeira reunião após anúncio da aposentadoria, Barbosa não comenta decisão
POR CAROLINA BRÍGIDO
O GLOBO

A decisão foi tomada logo após a conselheira Ana Maria Amarante ter feito curta homenagem ao presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa - que, na semana passada, anunciou sua aposentadoria antecipada em sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), órgão do qual também é presidente. Na sessão desta terça-feira, ele não fez nenhum comentário sobre a decisão, nem mesmo depois das palavras da conselheira. Barbosa fica no cargo até o fim do mês e deve participar de outras sessões do CNJ.
No julgamento do magistrado maranhense, Barbosa também ficou calado. Na hora de votar, limitou-se a seguir o voto da relatora, a ministra Maria Cristina Peduzzi, que havia votado pela punição do desembargador. Ele teve o cargo colocado em disponibilidade e continuará recebendo vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Um grupo de conselheiros defendia a aposentadoria compulsória de Ferreira, mas a pena mais branda acabou vencedora.
- No processo, ficou demonstrado que o magistrado Jaime Araújo Ferreira valeu-se da posição de avaliador para estabelecer diálogos impróprios com a candidata, fazendo perguntas de cunho pessoal e afetivo. Os fatos narrados no processo dão conta da configuração de assédio sexual. O desembargador estava numa posição em que não poderia ter agido dessa forma, era o examinador da banca. Houve incompatibilidade do comportamento do magistrado com os padrões éticos exigidos - declarou Gisela Gondin, que votou pela aposentadoria compulsória.
- Ele era parte da banca e não se comportou de maneira adequada - concordou a conselheira Luiza Frischeisen.
O conselheiro Gilberto Martins também considerou a conduta do desembargador “inadequada e inconveniente”. Deborah Ciocci ponderou que essa era a única falta do magistrado em muitos antos de carreira. Portanto, seria mais conveniente aplicar a pena mais branda.
- Tantos anos de magistratura e ele só teve esse problema. Opto por uma pena menor - disse a conselheira.
Isso tem um nome, corporativismo puro...
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