domingo, 18 de janeiro de 2015

O governo não precisa de uma Fundação Sarney para manter projetos sociais

Gilberto Lima
Uma mostra do culto à personalidade: estátua de Sarney
no chafariz do Convento das Mercês
Já estava me preparando para opinar sobre os destinos da Fundação da Memória de Sarney, na manhã deste domingo(18), quando me deparo com a informação de que o secretário Márcio Jerry já se reuniu com a comunidade do bairro Desterro para assegurar a continuidade de todos os programas de alcance social, desenvolvidos no Convento das Mercês. Ontem mesmo, no programa ‘Comando da Noite’ - sem saber dessa reunião do secretário com a comunidade – falei que o governo não precisaria de uma fundação com o nome de Sarney para garantir a oferta de programas sociais à comunidade. Esses projetos eram apenas a justificativa para manter o culto à personalidade do oligarca. Preservar a imagem de benfeitor, utilizando-se de recursos do Estado, além de manter apaniguados em cargos de confiança na fundação.

O governo deve decretar a extinção da tal fundação e destinar o acervo que for de interesse da nação ao Museu da República, no Rio de Janeiro. As obras que forem de interesse pessoal da família Sarney que a ela sejam devolvidas. O Estado não pode e nem deve continuar bancando uma entidade para atender a interesses particulares de quem se achava dono do Maranhão. Não se trata de perseguição, mas de acabar com o uso da máquina pública para manter interesses pessoais de quem quer que seja.

Em minha opinião, no espaço do Convento das Mercês poderia ser instalada uma Fundação Cultural e Educacional do Maranhão, ou mesmo o Centro de Cultura e Artes do Maranhão, em substituição à Casa do Maranhão, localizada na Avenida Beira-Mar. Seria um grande ponto de referência na área do Centro Histórico, com atividades culturais e educacionais permanentes, além de implantação de um espaço para que o turista pudesse degustar o melhor da culinária maranhense. Um centro nesses moldes funciona em Teresina, na Praça Pedro II: o Centro de Artes Mestre Dezinho. O nosso poderia ser Centro de Artes João do Vale, ou mesmo Centro Cultural Jackson Lago, em homenagem a um dos precursores da luta contra a oligarquia no Maranhão.

Não importa a denominação que será dada ao eterno Convento das Mercês. O importante foi a decisão do governo Flávio Dino de acabar com a manutenção de uma entidade criada única e exclusivamente para manter o culto à imagem de Sarney. Aos insatisfeitos, restam choro e lamentação. O Maranhão é maior!

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