Gilberto Lima
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Uma mostra do culto à personalidade: estátua de Sarney no chafariz do Convento das Mercês |
Já estava me preparando para opinar sobre os
destinos da Fundação da Memória de Sarney, na manhã deste domingo(18), quando
me deparo com a informação de que o secretário Márcio Jerry já se reuniu com a
comunidade do bairro Desterro para assegurar a continuidade de todos os
programas de alcance social, desenvolvidos no Convento das Mercês. Ontem mesmo,
no programa ‘Comando da Noite’ - sem saber dessa reunião do secretário com a
comunidade – falei que o governo não precisaria de uma fundação com o nome de
Sarney para garantir a oferta de programas sociais à comunidade. Esses projetos
eram apenas a justificativa para manter o culto à personalidade do oligarca.
Preservar a imagem de benfeitor, utilizando-se de recursos do Estado, além de
manter apaniguados em cargos de confiança na fundação.
O governo deve decretar a extinção da tal fundação e
destinar o acervo que for de interesse da nação ao Museu da República, no Rio
de Janeiro. As obras que forem de interesse pessoal da família Sarney que a ela
sejam devolvidas. O Estado não pode e nem deve continuar bancando uma entidade
para atender a interesses particulares de quem se achava dono do Maranhão. Não
se trata de perseguição, mas de acabar com o uso da máquina pública para manter
interesses pessoais de quem quer que seja.
Em minha opinião, no espaço do Convento das Mercês poderia
ser instalada uma Fundação Cultural e Educacional do Maranhão, ou mesmo o
Centro de Cultura e Artes do Maranhão, em substituição à Casa do Maranhão,
localizada na Avenida Beira-Mar. Seria um grande ponto de referência na área do
Centro Histórico, com atividades culturais e educacionais permanentes, além de
implantação de um espaço para que o turista pudesse degustar o melhor da
culinária maranhense. Um centro nesses moldes funciona em Teresina, na Praça
Pedro II: o Centro de Artes Mestre Dezinho. O nosso poderia ser Centro de Artes
João do Vale, ou mesmo Centro Cultural Jackson Lago, em homenagem a um dos
precursores da luta contra a oligarquia no Maranhão.
Não importa a denominação que será dada ao eterno
Convento das Mercês. O importante foi a decisão do governo Flávio Dino de
acabar com a manutenção de uma entidade criada única e exclusivamente para
manter o culto à imagem de Sarney. Aos insatisfeitos, restam choro e
lamentação. O Maranhão é maior!
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