Gilberto Lima
Quadrilha de agiotas colombianos que agia no Distrito Federal |
Milhares de pequenos comerciantes de São
Luís estão nas mãos de agiotas de outros países. São grupos de peruanos,
colombianos e chilenos que invadiram os bairros da periferia da capital
maranhense. Eles emprestam quantias que variam de R$ 100 a R$ 1 mil reais, com
juros de cerca de 25%, em até 25 parcelas diárias. Um exemplo: quem tomar
emprestado R$ 1.000,00 é obrigado a pagar R$ 150,00 durante 25 dias.
Juros altamente extorsivos. Como a oferta é tentadora, muitos pequenos comerciantes, que precisam de capital de giro imediatamente, terminam caindo no conto
desses agiotas.
Uma das vítimas foi uma feirante da feira
da Liberdade, que pegou R$ 1 mil para pagar R$ 150,00 diariamente. Como não
estava vendendo o suficiente para se quitar com o agiota peruano, ela teve que
vender o box com mercadorias para pagar o débito, pois a dívida havia virado
uma bola de neve, impagável, e vinha sendo ameaçada de morte. A denúncia foi feita pelo
esposo da vítima, identificado como Miguel, no programa “Comando da Noite”, da
Rádio Capital AM, na noite de sexta-feira(08).
“Como o dinheiro era fácil, minha mulher
resolveu pegar R$ 1 mil para pagar em 25 parcelas diárias de R$ 150,00. Com as
vendas fracas, ela não teve condições de continuar pagando e a dívida só
aumentava. Diante de ameaças de morte, ela teve que vender o box para se quitar
com esse agiota peruano. Até na minha porta eles chegaram a vir com ameaças de
morte. Dei uma de valente e eles não apareceram mais. No entanto, ela teve que
encerrar sua atividade para quitar a dívida e se ver livre de ameaças. É
preciso que a polícia investigue a ação desses grupos de agiotas que estão
infernizando a vida de pequenos comerciantes nos bairros de São Luís”, desabafa
o marido da ex-comerciante.
Pelas informações, muitos feirantes da
Liberdade estão na mesma situação, devendo a agiotas e, sem condições de pagar, estão se desfazendo de seus pontos de venda. Os cobradores andam em pequenas
motos, tipo biz, para não chamar muito a atenção. Em caso de não pagamento da
dívida, outros cobradores, em carros, entram em ação e já chegam ameaçando os
devedores de morte. “Para não morrer, o comerciante termina se desfazendo de
seu pequeno negócio para ficar livres desses agiotas”, disse outro ouvinte.
Diversos ouvintes do programa ligaram de
outros bairros de São Luís para informar sobre a ação de mais grupos de agiotas
colombianos e chilenos. Agem em bairros como Cidade Operária, Jardim América e
Anjo da Guarda.
O blog espera que a Secretaria de
Segurança Pública do Maranhão inicie uma operação imediata para combater essa
prática criminosa que ameaça a integridade física de pessoas honestas e trabalhadoras.
É só colocar o serviço de inteligência em campo que conseguirá chegar aos
líderes dessas quadrilhas.
Esses grupos de agiotas de outros paísem estão atuando em vários Estados. Em 2014, a polícia do Distrito Federal
prendeu uma quadrilha de colombiano que emprestavam dinheiro a juros
extorsivos. Confira a íntegra da matéria publicada no Jornal de Brasília.
A Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (CORF) deflagrou, na madrugada desta quarta-feira (05), uma quadrilha colombiana especializada na prática de crimes de extorsão a comerciantes do Distrito Federal. Na ação, 17 pessoas foram presas, além de vasto material e dinheiro. As equipes ainda estão em diligências e novas prisões poderão ser realizadas no decorrer do dia.
Segundo informações do delegado Jefferson Lisboa, responsável pelo caso, eles procuravam pequenos comerciantes e ofereciam pequenos valores. "Não temos o levantamento de quanto eles emprestaram e nem quanto extorquiram das vítimas. No entanto, sabemos que o dinheiro arrecadado está sendo enviando para a Colombia para patrocinar o crime", conta Lisboa.
Após emprestar o dinheiro, as vítimas eram cobradas com juros abusivos diariamente. Se o pagamento não fosse feito, elas sofriam ameaças e agressões físicas. Ao todo, são 17 presos, todos colombianos, que viviam em uma sede em Arniqueiras, dois apartamentos em Águas Claras e um flat em Taguatinga Centro. "Estamos verificando a situação deles no País com a Policia Federal", disse o delegado Lisboa. "No caso de agiotagem, quem pegou dinheiro emprestado com o grupo e está sendo extorcido, é vítima. Quanto mais vítimas, mais eles vão ficar presos", completou.
A investigação começou com uma grande quantidade de denúncias. Equipes da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) estão nas ruas desde 4h para prender o grupo. As penas podem chegar a 20 anos de prisão.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
cada um sabe onde o sapato aperta
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