Se aprovado o aumento do salário a todos os
servidores do Judiciário em 21% teria um impacto geral de suas contas de R$ 4,7
bilhões. A aprovação violaria a Súmula Vinculante do STF
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O Tribunal de Justiça-MA não aplicou a porcentagem requerida pelo sindicato sobre alegação de isonomia |
Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Maranhão
decidiu, por 6 votos contra 1, que não é devido aos servidores do Poder
Judiciário aumento de 21,7%, que havia sido pleiteado por meio de ação proposta
pelo Sindjus. A ação rescisória, proposta pela Procuradoria Geral do Estado
durante o último semestre do governo Roseana Sarney, pedia a revisão da decisão
inicial e foi julgada na última sexta-feira. O impacto geral nas contas do
estado seria de R$ 4,7 bilhões.
Sob a alegação de que a decisão inicial de conceder
aumento de 21,7% a todos os servidores do Poder Judiciário violava frontalmente
a Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF), o TJMA decidiu rever a
decisão e não aplicar a porcentagem requerida pelo sindicato. Segundo o voto
dos desembargadores, a Corte Magna brasileira diz, na orientação a todos os
tribunais do Brasil, que “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob alegação de
isonomia”.
Ou seja, para que o aumento aos servidores do
Judiciário fosse concedido, seria necessário haver lei expressa aprovada pela
Assembleia Legislativa do Maranhão. O imbróglio começou em 2006, quando por
meio de lei, o ex-governador José Reinaldo Tavares concedeu revisão geral a
todos os servidores dos três Poderes do Maranhão, equivalente a 8,3%. No
entanto, para servidores de grupo ocupacional de nível superior, de atividades
culturais ou metrológicas, haveria além da revisão, um aumento nos vencimentos
equivalente a 30%.
Com base no aumento a classe específica, o Sindjus
deu entrada em ação para que os servidores do Judiciário também tivessem o
mesmo aumento. No entanto, o Tribunal de Justiça decidiu, por ampla maioria,
seguir a orientação do STF e afirmou que não cabe ao Poder Judiciário elaborar
tal aumento, mas sim ao Poder Legislativo. O voto minoritário foi do
desembargador Marcelinho Ewerton.
Dívida
aos cofres públicos
Segundo projeção elaborada pelo Instituto Maranhense
de Estudos Econômicos e Cartográficos, o aumento concedido por vias judiciais
causaria impacto de R$ 4,7 bilhões ao Maranhão. O estado possui, atualmente,
aproximadamente R$ 14 bilhões de orçamento. O que significa que o aumento
corresponderia a 33,5% dedicado do Orçamento Geral do Estado apenas ao aumento
de servidores e da dívida retroativa.
No caso específico dos servidores do Judiciário, a
Lei de Responsabilidade Fiscal define como limite prudencial patamar de 5,7% da
RCL, e como Limite Máximo o patamar de 6,0%. O aumento elevaria o percentual de
aplicação em folha de servidores do Poder para 6,9%, fazendo com que o Estado
do Maranhão descumprisse a Lei de Responsabilidade Fiscal.
“O mesmo exercício foi realizado considerando o
ajuste de 21,7% e o pagamento de retroativo para os demais Poderes e Órgãos do
Estado. Admitindo a concessão do ajuste, a Relação GTP/RCL do Estado do
Maranhão passaria de 38,7% em 2014 para 49,2% sem o retroativo, e para 57,8%
com o pagamento de 1/5 do retroativo em cada exercício. Nos dois cenários (com
e sem retroativo), o governo ultrapassará o Limite Máximo de comprometimento da
RCL com Gasto Total com Pessoal”, diz o relatório.
Criatura, ja estava implantado....
ResponderExcluirMeu amigo Gilberto Lima, nós, do TJ, não pleiteamos aumento algum. Os 21,7% são resultados de uma ação do nosso sindicato contra o governo do Maranhão que durou exatos 9 anos e passou por todas as instâncias da justiça brasileira, terminando no STF com ganho de causa pra gente. Em 2014 o STF mandou que o TJMA implantasse nos nossos vencimentos esse valor, coisa que foi feita depois De uma longa negociação com a presidente Cleonice Freire. Ou seja: há mais de um ano que a gente já vem recebendo esse valor. Portanto, meu querido amigo, não estamos brigando por aumento nenhum. Estamos brigando por um direito já garantido até pelo Supremo Tribunal Federal. É má fé a mídia que se curva ao Palácio dos Leões tentar passar pra sociedade que nós estamos brigando por aumento. Não é verdade! Estamos brigando por um direito já adquirido e garantido por todas as côrtes de justiça do Brasil.
ResponderExcluirAss. Badeco, jornalista e servidor do TJ.
4,7 Bi em quanto tempo?? A reportagem não foi clara
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