Em reportagem ampla e com riqueza de detalhes, a revista Época traz detalhes de como se deu o
acerto para pagamento de propina da continuidade das obras da Usina de Angra 3
para o PMDB.
O acerto teria sido feito antes das eleições do ano
passado, quando a Lava Jato já estava em pleno andamento e fazia estragos.
O acordo com a construtora UTC foi feito antes da
licitação para a retomada da construção da usina nuclear de Angra 3. Envolveu o
empreiteiro Ricardo Pessoa, dona da UTC, e o Almirante Othon Pinheiro,
presidente da Eletronuclear, indicado pelo PMDB.
“Vocês estão muito bem qualificados, vão ganhar,
então vocês vão precisar contribuir para o PMDB”, dissera o Almirante.
O conjunto de documentos das investigações da
Procuradoria-Geral da República traz detalhes sobre a participação dos
senadores peemedebistas Renan Calheiros, Romero Jucá e Edison Lobão, no esquema
de recebimento de propina investigado na Lava Jato.
Edison Lobão já é investigado pela PGR no caso Angra
3. Na próxima semana, Rodrigo Janot pedirá a Teori Zavascki autorização para
investigar Renan e Jucá.
A reportagem revela, ainda, que Lobão tinha pressa
na propina e queria que o Almirante assinasse os contratos de R$ 3,1 bilhões
para que a contrapartida viesse logo – as “contribuições de campanha”.
“Olha, nós temos de assinar esse contrato, porque o
PMDB está precisando de dinheiro para a campanha”, disse Lobão a Pessoa.
A taxa usual de propina por contrato era de 1%, mas
lobão queria o dobro. O empresário, no entanto, propôs apenas 1%, ou R$ 30
milhões. Lobão disse que precisava de uma “adiantamento” de R$ 1 milhão, sendo
que o empresário topou.
Um assessor de Lobão, André Serwy, cujos familiares
trabalham no gabinete do senador, buscou o dinheiro, em espécie, com Walmir
Pinheiro, o diretor financeiro da UTC.
Confira a íntegra da reportagem.
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