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O senador Roberto Rocha sorri da penúria dos funcionários da Rádio Capital |
Os funcionários da Rádio Capital AM,
de propriedade do senador Roberto Rocha (PSB), resolveram deflagrar greve por
tempo indeterminado por falta de pagamento de salários. Com isso, a emissora silenciou em pleno carnaval.
A situação de penúria
já vem se arrastando há alguns meses, sem que a direção apresente alguma
solução para o problema ou mesmo alguma satisfação convincente.
Pelas informações que chegaram ao
blog, a diretora Amanda Rocha, filha do senador, não aparece mais no escritório
da emissora. Estaria administrando por telefone, passando determinação a uma
auxiliar, temendo encarar os funcionários. Em outros momentos de paralisação, a
diretora sempre alegava que a rádio não estaria conseguindo receber verbas
publicitárias do governo do Estado e da Prefeitura. Uma espécie de desculpa
para não pagar o pessoal.
Os únicos que têm vínculo empregatício
com a emissora são os operadores de áudio. Os locutores não têm remuneração.
São arrendatários (pagam pelo arrendamento de horário) ou têm algum acordo de
parceria. Portanto, a rádio tem um custo baixo com pessoal.
Além de salários em atraso, os
funcionários reclamam da falta de depósitos do FGTS. Alguns, quando saem de
férias, não recebem o valor correspondente, nem mesmo depois que retornam ao
trabalho. Haveria atrasos, ainda, no pagamento do INSS.
Dentre as irregularidades estaria,
ainda, a falta de assinatura de carteira dos operadores de transmissor. Em novembro de 2015, um deles, José Orlando Batista, de 45 anos, foi assassinado a tiros quando estava de serviço. Há muito tempo, ele
vinha reclamando da falta de segurança no local, mas a direção não tomou
providências. Até hoje não se tem notícias de que a família do operador, que
também trabalhava sem garantias trabalhistas, conseguiu receber algum tipo de
indenização.
Pelo visto, são muitas as
irregularidades trabalhistas na emissora do senador, que já foram relatadas em
outras postagens, aqui no blog. Já está passando da hora de o Sindicato dos
Radialistas acionar a Justiça do Trabalho para uma fiscalização rigorosa nessa
situação relatada abertamente por funcionários. Independentemente de uma iniciativa do sindicato, esses funcionários já deveriam ter recorrido ao
Ministério Público do Trabalho.
Enquanto a família do senador curte
um carnaval farto, com muita alegria e descontração, os funcionários da Capital
AM estão na pindaíba, abandonados à própria sorte.
Até quando, senador?
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