PF tem mandados de prisão contra outras
cinco pessoas.
Na lista aparece o publicitário João
Santana, que fez várias campanhas políticas para o PT.
Jornal Hoje/Globo

“Zwi
Scornicki está envolvido na corrupção da Petrobras. Não só nós estamos dizendo
que pode ser eventualmente destinado a pagamentos de serviços de caixa dois,
serviços prestados para campanhas de partidos políticos, de outras pessoas, mas
também estamos dizendo que há um indicativo claro de que esses valores têm
origem na corrupção da própria Petrobras ”, fala o procurador do Ministério
Público Federal, Carlos Fernando.
Outros sete investigados têm mandados de
prisão. Um deles é João Santana, marqueteiro responsável por campanhas
presidenciais do PT. Santana ainda não foi detido. Está na República
Dominicana, segundo a assessoria. Também foi decretada a prisão da mulher dele,
Mônica Moura. A prisão deles é temporária, tem prazo de cinco dias.
Além de Zwi Scornicki e João Santana,
outro foco dessa nova fase é a Odebrecht. Novas provas do envolvimento do
presidente afastado, Marcelo Odebrecht, e funcionários da construtora em outros
crimes levaram a Polícia Federal a fazer buscas nesta segunda-feira (22) em
três sedes da empresa. Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba há oito meses.
“Ficaram demonstrados indícios de que a
empresa Odebrecht também possui envolvimento em pagamento de propina no exterior”,
fala Carlos Fernando.
A nova fase da operação é chamada de
Acarajé, termo usado por alguns investigados para se referir a propina paga em
dinheiro vivo. Policiais federais continuam nas ruas cumprindo mandados
judiciais em São Paulo, Rio de Janeiro e na Bahia, e já apreenderam obras de
arte, lanchas, carros, dinheiro e documentos que a força-tarefa considera muito
relevantes
A Odebrecht afirmou que está à
disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento. A defesa
de Zwi Skornicki considerou a prisão desnecessária já que desde a 9ª fase da
Lava Jato, em fevereiro do ano passado, o cliente sempre esteve à disposição
das autoridades. O Jornal Hoje tentou contato com o Partido dos Trabalhadores,
mas não teve resposta.
João
Santana

João Santana, marqueteiro de campanhas
do Partido dos Trabalhadores, e a mulher dele, Mônica Moura são sócios da
Polis, uma empresa de marketing político. A Lava Jato está providenciando os
trâmites internacionais para que a prisão possa ser cumprida.
Joao Santana é jornalista, mas se destacou
como marqueteiro. Ajudou a eleger sete presidentes desde 2006. Entre eles, o ex-presidente Lula, em 2006;
Maurício Funes, em El Salvador, em 2009; Danilo Medina, na República
Dominicana, em 2012. No mesmo ano, José Eduardo dos Santos, em Angola; Hugo
Chávez na Venezuela, também e 2012 e a presidente Dilma Rousseff, em 2010 e
2014.
Além de mentor das campanhas eleitorais,
João Santana tem espaço e prestígio no governo. Já foi considerado um dos mais
próximos conselheiros da presidente Dilma Rousseff. Nos bastidores, é conhecido
como ministro da Propaganda.
A Lava Jato rastreou supostos pagamentos
ilegais no exterior para uma conta secreta de João Santana. A suspeita é que
essa conta era usada para pagar serviços eleitorais para o Partido dos
Trabalhadores com dinheiro vindo da Odebrecht e do operador Zwi Scornicki. A
Lava Jato não está investigando as campanhas e, sim, as transações financeiras
com indícios de lavagem de dinheiro.
A operação investiga a remessa de mais
de US$ 7 milhões para o exterior. A Polícia Federal afirma que descobriu uma
planilha com registros de despesas de campanhas eleitorais de 2008 e 2012,
ligadas ao PT. O documento traz a sigla MO, que, segundo a polícia, seria uma
referência a Marcelo Odebrecht.
Também está sendo investigada a compra
de um apartamento, por João Santana, em São Paulo, no valor de R$ 3 milhões.
“A gente pediu o sequestro desse imóvel
hoje. Porque têm todos os indícios de
que eles tenham sido adquirido com recursos espúrios. Traduzindo em ato de
lavagem”, fala o delegado Filipe Pace.
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