Auxiliares de Lula e até interlocutores da presidente defendem a tese de que o ex-presidente "não pode ficar nas mãos do juiz Sérgio Moro" e, seguindo esta tese, defendem que o petista assuma uma vaga na Esplanada dos Ministérios.
TÂNIA MONTEIRO
O ESTADO DE S. PAULO
Depois de prestar solidariedade ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sábado, 5, em São Bernardo do Campo
(SP), a presidente Dilma Rousseff acertou com ele um novo encontro para esta
segunda-feira, 7, desta vez, em Brasília. Na pauta, conversas políticas mais
pragmáticas e acertos do caminho, lado a lado, que ambos precisam seguir, neste
momento, para enfrentar a crise política que está instalada e que atinge aos
dois.
Este encontro já era para ter acontecido
no início da semana passada, mas acabou sendo adiado, atropelado pelos fatos
que consumiram a semana. Depois de passar o fim de semana com a família em
Porto Alegre, nesta segunda pela manhã, Dilma estará em Caxias do Sul (RS)
participando de cerimônia de entrega de casas do programa Minha Casa Minha
Vida. Em seguida, retorna para Brasília e a previsão é de que se encontre com
Lula.
Na conversa de sábado, em que estavam
presentes inúmeros interlocutores dos dois lados, a presidente se solidarizou
com o ex-presidente e seus familiares e "repudiou" a decisão
considerada como "exagerada" e "midiática" de promover a
condução coercitiva de Lula para depor. Dilma reiterou estar
"inconformada" com o que aconteceu e ouviu de Lula e seus familiares,
relatos do que foi classificado como "abusos" cometidos pela Polícia
Federal.
A ex-primeira dama, Marisa Letícia,
chegou a citar o fato de o colchão do casal ter sido levantado pelos agentes
federais. A presidente prestou solidariedade e demonstrou sua
"indignação" com o ocorrido. Além dos comentários sobre a violência
do ocorrido, os presentes chegaram a citar o volume de recursos que foi gasto
com o aparato da operação para levar o ex-presidente. Naquele encontro, contou
um dos presentes, "não havia clima para conversa política, o que ficou
combinado para esta segunda-feira".
Auxiliares de Lula e até interlocutores
da presidente defendem a tese de que o ex-presidente "não pode ficar nas
mãos do juiz Sérgio Moro" e, seguindo esta tese, defendem que o petista
assuma uma vaga na Esplanada dos Ministérios. A ideia não é nova e foi
levantada em agosto do ano passado. Tanto naquela vez, como agora, Lula
rejeitou a proposta alegando que "não vai assumir ministério para se
esconder".
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