O governador manifesta preocupação com a 'destruição do Estado Democrático de Direito'. "Não podemos destruir isso por paixões e interesses", diz.
"Sou
uma pessoa de princípios políticos e jurídicos. Tenho biografia e não folha
corrida. Lutamos duramente para ter Constituição e leis, o que chamamos Estado
de Direito. Não podemos destruir isso por paixões e interesses", destaca.
Depois de criticar a divulgação de interceptações telefônicas ilegais feitas contra o ex-presidente e ministro da Casa Civil Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Roussef, na quarta-feira (16), o governador Flávio
Dino voltou a se manifestar sobre o clima de tensão gerado a partir desse ato
do juiz Sérgio Moro.
Dino já havia dito que acha muito
difícil que a legalidade dessa interceptação telefônica seja confirmada quando
do exame sereno e técnico das provas daí advindas. "Tenho desde o inicio
apontado a importância da Lava-Jato. Mas regras constitucionais e processuais
não podem ser quebradas", disse na quarta-feira.
"Há limites legais que, quando
quebrados, resultam em grandes erros. Infelizmente é o que, nesse momento,
acontece com operação Lava-Jato", completou.
Na manhã desta quinta-feira (17), o
governador voltou a tecer novas críticas à divulgação das conversas. As opiniões se
baseiam no que preceitua a legislação sobre grampos telefônicos.
"O que a Lei 9296/96 diz: grampos
que não têm relação com fatos investigados devem ser DESTRUÍDOS. Não revelados
ao arbítrio do juiz. O que a Constituição manda: se suposta prova se relaciona
com agente público com foro no Supremo, só este Tribunal pode decidir o que
fazer. O que o juiz e a PF declaram: que no momento do grampo sequer havia
ordem judicial vigente. Logo, prova ilícita, sem efeito jurídico",
escreveu.
Flávio Dino faz questão de mandar um
recado direto aos que o 'mandam ficar em silêncio': "Sou uma pessoa de
princípios políticos e jurídicos. Tenho biografia e não folha corrida. Lutamos
duramente para ter Constituição e leis, o que chamamos Estado de Direito. Não
podemos destruir isso por paixões e interesses", diz o governador.
Ele ressalta que foi juiz federal por 12
anos e que presidiu a Associação Nacional dos Juízes Federais (AJUFE) e que,
por isso, lamenta atitudes recentes do juiz Sérgio Moro.
"Juiz exerce poder técnico, que
extrai sua legitimidade da imparcialidade procedimental e do respeito à
legalidade. Não do 'apelo às massas'.", conclui.
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