São
ao menos quatro pedidos de investigação, que citam de troca de cargos por votos
a bloqueios de rodovias pelo MST, além de um inquérito contra Lula.
A
oposição acusa o ex-presidente de oferecer cargos a deputados em troca de votos
contrários ao impeachment
por Rodrigo Martins
CartaCapital
A menos de 24 horas da votação do
impeachment, partidos da oposição, capitaneados pelo PSDB e pelo DEM, iniciaram
uma ofensiva na Polícia Federal contra a presidenta Dilma Rousseff, o
ex-presidente Lula e governadores que manifestaram apoio ao Planalto no
processo.
São ao menos quatro pedidos de
investigação, que tratam da suposta distribuição de cargos em troca de votos,
de irregularidades na doação de terras da União ao estado do Amapá, do bloqueio
de rodovias por militantes do MST, além de um inquérito que tem Lula como alvo
específico.
A oposição acusa o ex-presidente de
oferecer cargos a deputados em troca de votos contrários ao impeachment.
“Fizemos uma representação junto ao Ministério Público Federal do Distrito
Federal por inúmeras denúncias, muitas delas publicadas pela imprensa nacional,
de atitudes não republicanas promovidas e capitaneadas pelo ex-presidente Lula,
que está instalado num hotel em Brasília. Por conta disso, além da instalação
do inquérito, pedimos também a busca e apreensão para a coleta de provas”, diz
o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy.
Na avaliação do deputado petista Paulo
Teixeira, vice-líder do governo, a iniciativa demonstra o “desespero da
oposição” diante da perspectiva de derrota na votação do domingo 17. Para o
colega Pepe Vargas, ex-ministro dos Direitos Humanos, não há nada irregular nas
negociações com aliados.
“A presidenta Dilma é uma chefe de
governo. Ela tem a prerrogativa, o direito e, eu diria até, a obrigação de
montar o seu governo”, diz Vargas. “Quem não tem legitimidade para chamar
pessoas no Palácio Jaburu e oferecer cargos no governo é o senhor Michel Temer,
que não foi eleito presidente da República e está lá fazendo isso. Obviamente
que as conversas de Temer não tratam de flores ou poesia. Ele está lá
oferecendo cargos, na tentativa de montar um governo que não existe".
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