Segundo a presidente, o processo de impeachment é uma "aventura golpista" e a denúncia do processo é "a maior fraude jurídica e política da história de nosso país".
GUSTAVO URIBE
FOLHA DE S. PAULO/DE BRASÍLIA
Em um discurso
duro, a presidente Dilma Rousseff chamou de "traidores da democracia"
os defensores do impeachment no Congresso Nacional e disse que estará sempre
"gravada na testa" deles a palavra golpe.
A fala faz parte
de pronunciamento que seria exibido em cadeia nacional nesta sexta-feira (15),
dois dias antes da votação do processo na Câmara dos Deputados; por orientação
da AGU e pelo medo de panelaços pelo país, a Presidência suspendeu a veiculação
e divulgou o vídeo apenas nas redes sociais.
No
pronunciamento, Dilma acusou o vice-presidente Michel Temer de querer revogar
direitos e cortar programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha
Vida.
Segundo ela, o
grupo do vice-presidente ameaça ainda a educação pública, ao querer "abrir
mão da soberania nacional mudando o regime de partilha" do pré-sal e
entregando-o "às multinacionais estrangeiras".
"Os
golpistas já disseram que se conseguirem usurpar o poder será necessário impor
sacrifícios à população brasileira", disse. "Estão dispostos a
violentar a democracia e rasgar a Constituição Federal, espalhando a
intolerância, o ódio e a violência entre nós."
Segundo a
presidente, o processo de impeachment é uma "aventura golpista" e a
denúncia do processo é "a maior fraude jurídica e política da história de
nosso país".
"Podem
justificar a si mesmos, mas nunca poderão jamais olhar nos olhos da nação,
porque a palavra golpe estará sempre gravada na testa dos traidores da
democracia", criticou.
De acordo com
ela, nenhum governo federal será legítimo sem nascer do voto popular. A
presidente disse ainda que não cometeu nenhum crime de responsabilidade e não
há contra ela nenhuma denúncia de corrupção ou desvio de dinheiro público.
"Meu nome
não está em nenhuma lista de propina, tampouco sou suspeita de qualquer delito
contra o bem comum", disse.
"Não se
trata de ser contra ou a favor do governo, mas de combater um golpe de Estado,
que poderá mergulhar o país em um doloroso processo de instabilidade e de
insegurança."
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