Em
um diálogo inédito, José Sarney e Sérgio Machado falam sobre a presidente
afastada Dilma Rousseff e sobre o ex-presidente Lula.
Neyara Pinheiro
Teresina, PI
Jornal Hoje
Em um novo trecho das conversas gravadas
pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com políticos do PMDB, o
ex-presidente José Sarney diz que Lula teria se arrependido da escolha de Dilma
para sucedê-lo na presidência da República.
A conversa foi gravada por Sérgio
Machado na casa do ex-presidente José Sarney. Nesse diálogo inédito, eles
falavam sobre a presidente afastada Dilma Rousseff e sobre o ex-presidente
Lula. O nome de Lula não é citado diretamente, mas para os investigadores fica
claro que a conversa é sobre ele.
Machado:
Agora, tudo por omissão da Dona Dilma.
Sarney:
Ele chorando. O que eu ia contar era isso. Ele me disse que o único
arrependimento que ele tem é ter eleito a Dilma. Único erro que ele cometeu.
Foi o mais grave de todos.
Em gravação citada pela Folha de S. Paulo
entre machado e o presidente do senado Renan Calheiros, o assunto também é
Lula, mas a conversa é sobre envolvimento do ex-presidente no esquema do
mensalão do PT.
Segundo a Folha, Renan Calheiros afirma
que Lula havia saído, Ou seja, não processado no mensalão porque os pagamentos
ao marqueteiro Duda Mendonça no exterior não foram investigados a fundo quando
vieram a público.
Renan:
O problema do Lu...por que que o Lula saiu [não foi acusado no processo do
mensalão]? Porque o Duda [Mendonça, marqueteiro] fez a delação, na época nem
tinha [a lei], o Duda fez a delação, e disse que recebeu o dinheiro fora e
ninguém nunca investigou quem pagou, né? Este é que foi o segredo.
Duda Mendonça foi o marqueteiro da
campanha vitoriosa de Lula em 2002. Ele acabou absolvido no julgamento do
mensalão.
Em outro trecho, também publicado pela
Folha, Renan e Machado se referem ao tríplex e ao sitio que os investigadores
afirmam que são de propriedade do ex-presidente. Lula nega ser o dono. Os dois
citam uma quantia em dinheiro que Lula teria sem mencionar a origem. Reportagem
da revista Veja mostrou que a empresa de palestras de Lula teria faturamento
semelhante à quantia citada por Machado.
Machado:
Botou na real. Aí [inaudível] umas besteiras, como a Marisa diz, besteira. Ele
tem R$ 30 milhões em caixa. Como é que não comprou um apartamento, uma p***
[inaudível]. P***, umas m***, um sítio m***, um apartamento m***.
Nas gravações que fez de conversas com
integrantes da cúipula do PMDB, Sérgio Machado, mostrou que ajudou aliados. Os
diálogos não permitem dizer que tipo de ajuda foi essa. Um deles, segundo os
investigadores, foi Gabriel Chalita. Na gravação, machado afirma que contribuiu
para o Michel Temer, e faz referência a campanha de alguém que ele chama apenas
de menino. Os investigadores identificam esse menino como Challita, que
concorreu pelo PMDB à prefeitura de São Paulo, em 2012. Os diálogos não revelam
de que forma foi a contribuição.
Machado:
O Michel, presidente... lhe dizer... eu contribuí pro Michel.
Sarney:
Hum.
Machado:
Eu contribuí pro Michel...não quero nem que o senhor comente com o Renan... eu
contribuí pro Michel pra candidatura do menino...falei com ele até num lugar
inapropriado que foi na base aérea...
Sarney, em seguida, aparenta preocupação
com a revelação e quer saber se uma ajuda que ele próprio recebeu de Machado é
do conhecimento de mais alguém.
Sarney: Mas
alguém sabe que você me ajudou?
Machado:
Não, sabe não. Ninguém sabe, presidente.
O presidente da República em exercício,
Michel Temer, negou que tenha pedido doação a Sérgio Machado para a campanha de
Gabriel Chalita. Na nota enviada por sua assessoria, Temer diz também que não
foi candidato nas eleições municipais de 2012, e não recebeu nenhuma
contribuição. O presidente em exercício afirma ainda que nunca se encontrou em
lugar inapropriado com Sérgio Machado.
O ex-secretário de Educação da
prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, afirmou, também por nota, que não
conhece Sérgio Machado, e que todos os recursos recebidos na campanha dele
foram legais, fiscalizados e aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral.
A assessoria de imprensa do Instituto
Lula enviou uma nota em que diz que o ex-presidente Lula já teve seu sigilos
bancários e fiscais quebrados, analisados e divulgados, e que cabe aos autores
das frases e das gravações comentarem suas declarações privadas divulgadas
ilegalmente.
A presidente afastada Dilma Rousseff
disse que não vai comentar as
declarações de José Sarney e de Sérgio Machado.
O presidente do Senado, Renan Calheiros,
também não vai comentar.
O advogado de José Sarney, Antônio
Castro de Almeida Castro, disse que o ex-presidente não vai responder
fragmentos do que está sendo vazado e que pediu cópia da delação de Sérgio
Machado ao STF para poder responder de forma contextualizada.
Antonio Carlos de Almeida Castro também
é advogado de Duda Mendonça e, sobre o cliente, disse que a afirmação de que
Lula não foi processado no mensalão por causa da delação do publicitário não
tem sentido. Almeida Castro disse que Duda não protegeu ninguém, foi processado
criminalmente no mensalão e foi absolvido pelo pleno do Supremo.
A defesa do ex-presidente da Transpetro
disse que Sérgio Machado não pode se manifestar, porque a delação ainda está
sob sigilo.
Quando militava na advocacia no Estado do Ceará, conheci o então Prefeito de Pacajus, José Wilson Chaves, que somente realizava qualquer acerto politico e/ou financeiro, fosse com vereadores, lideranças ou fornecedores da Prefeitura, dentro da piscina de sua mansão, todos com agua até o pescoço. O prevenido Prefeito tinha um grande estoque de biquínis e calções de banho para todos os tamanhos e vergonhas, se é que eles tinham isso. Paulo Humberto
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