Othon Luiz Pinheiro da Silva deve
cumprir pena por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro em estatal; filha
é sentenciada a 14 anos

Mariana Sallowicz,
O Estado de S. Paulo
RIO - O juiz da 7.ª Vara Federal
Criminal do Rio, Marcelo Bretas, condenou nesta quarta-feira, 3, o
ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva a 43 anos de prisão
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações,
evasão de divisas e organização criminosa. Outros 13 réus também foram
condenados na ação penal, que investiga crimes cometidos na construção da usina
nuclear de Angra 3.
Othon foi acusado pelo Ministério
Público Federal de cobrar propina em contratos com as empreiteiras Andrade
Gutierrez e Engevix. Ele foi um dos alvos da 16.ª fase da Operação Lava Jato,
batizada de Radioatividade, que avançou sobre irregularidades em contratos no
setor elétrico. Preso em julho do ano passado, foi para o regime aberto em
dezembro, mas voltou a ser preso no mês passado pela PF durante a Operação
Pripyat acusado de continuar a exercer influência na Eletronuclear.
“O condenado abriu mão de sua honrada
história para praticar, já´na fase derradeira de sua vida profissional, atos de
lavagem de capitais, falseando contratos comerciais, possivelmente para
garantir uma aposentadoria mais confortável”, escreveu Bretas na sentença.
"Othon Luiz utilizou ilicitamente sua notoriedade profissional e
importância do cargo, fato que considero altamente reprovável."
A filha de Othon, Ana Cristina da Silva
Toniolo, também foi condenada e deve cumprir pena de 14 anos e 10 meses de
reclusão em regime fechado, além de pagar multa.
Segundo a Procuradoria, os pagamentos de
propina a Othon foram realizados por meio de empresas intermediárias para a
Aratec Engenharia, controlada pelo vice-almirante e por sua filha. A
investigação rastreou ao menos R$ 4,5 milhões em uma conta da Aratec.
Empresários
Também condenados,
executivos da Andrade Gutierrez tiveram suas penas reduzidas após fecharem
acordos de delação premiada. O presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio
Marques de Azevedo, por exemplo, teve perdão de 15 anos. Ele foi condenado a
sete anos e quatro meses de reclusão. Para Flávio Barra, diretor da
empreiteira, a pena definida foi de seis anos e 10 meses. Sem a delação teria
de cumprir 20 anos e 6 meses.
Um dos sócios da Engevix, o engenheiro
José Antunes Sobrinho teve a segunda maior pena, de 21 anos e 10 meses.
Cristiano Kok, também da Engevix, foi absolvido por falta de provas.
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