Fabiano, acusado de fazer parte
de uma organização criminosa montada para desviar recursos públicos, pedia
votos para Eduardo Braide, a quem identificava como sendo filho do seu
sócio
Por Raimundo Garrone
Relatório
do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da
Procuradoria-Geral do Estado revela que o empresário Fabiano de Carvalho
Bezerra, preso pela Polícia Federal e acusado de operar um esquema que desviou
mais de R$ 30 milhões dos cofres públicos, pediu voto para Eduardo Braide,
filho do seu sócio, o ex-deputado Carlos Braide, quando disputava a reeleição
para deputado estadual em 2014.
Além
da sociedade com Carlos Braide, Fabiano também possuía estreitas relações com o
filho, Eduardo Braide, que o nomeou como assessor símbolo Isolado, um dos
maiores salários da Assembleia Legislativa.
Em
conversa telefônica gravada pela Gaeco, com autorização da Justiça, no dia 5 de
outubro, mesmo dia das eleições de 2014, Fabiano Bezerra telefona para Natascha
Lesch, também apontada como participante do esquema conhecido como Máfia de
Anajatuba , pedindo voto para Braide, chegando mesmo a repetir, algarismo por
algarismo, que formavam o número do seu candidato, 33123, até conseguir
ensiná-la.
Fabiano: É…
vote no estadual: três, três, um, dois, três, viu?
Natascha: Estadual
um, dois, três?
Fabiano: Não!
Três, três , um, dois, três.
Em
seguida, ainda na dúvida, Natascha pergunta que é esse deputado que ele quer
que ela vote, no que Fabiano prontamente responde ser Eduardo Braide, o filho
do seu sócio, Carlos Braide, quando só a convence.
Natascha: Hummm…
Quem é esse ?
Fabiano: É
Eduardo Braide, meu deputado!
Natascha: Eduardo
Braide. Só que… é o que tá… Ah é que tá {Não compreendido}.
Fabiano: É…
não, não, é o filho do meu sócio! Eduardo Braide é: três, três, um, dois, três.
Natascha: Ah,
sim.
Ao
serem abertas as urnas, Eduardo Braide foi eleito deputado estadual com 47.519
mil votos.
A
organização criminosa, que ficou conhecida como Máfia de Anajatuba foi acusada
de desviar recursos públicos das prefeituras de Anajatuba, Trizidela do Vale,
Tuntum, Itapecuru Mirim, Codó, Alcântara, Parnarama e Mirinzal por meio de
montagem de licitações fraudulentas.
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