Os ministros Raul Jungmann (Defesa), de
capacete vermelho, ao lado de Gilmar Mendes, visitam local de votação
incendiado em São Luís (MA), após ataques
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
Em visita ao Maranhão neste sábado (1º)
após uma onda de ataques a ônibus e locais de votação, o presidente do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, afirmou que os criminosos
aproveitam uma "janela eleitoral" para tumultuar o processo.
"A população não compactua com
essas ações. Estão aproveitando essa janela eleitoral para contaminar todo o
ambiente", declarou Mendes, em entrevista à imprensa.
Durante a madrugada, pelo menos sete
escolas onde haveria votação foram incendiadas ou depredadas no Maranhão. Parte
das seções eleitorais será transferida a outros locais.
Segundo o governo estadual, os ataques
são ordenados de dentro dos presídios maranhenses.
As urnas eleitorais foram entregues sob
forte escolta policial, neste sábado. Além disso, o governo reforçou a
segurança no Estado: além dos 7.500 policiais estaduais, 1.300 homens das
Forças Armadas e da Força Nacional protegerão os locais de votação.
Além de Mendes, também esteve em São
Luís o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Eles visitaram uma das escolas
atacadas, manifestaram solidariedade ao governo estadual e incentivaram a
população a ir às urnas no domingo (2).
"Houve reforço na segurança para
garantir eleições", declarou Jungmann.
Na mesma entrevista, o governador do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), pediu à população que não dê ouvidos a boatos.
"Eleição não pode ser um vale-tudo. Há uma estratégia das organizações
criminosas por trás disso", afirmou.
PRESÍDIOS
Na avaliação do governo do Maranhão, os
ataques são uma reação a mudanças na gestão penitenciária.
Em mensagem divulgada neste sábado, o
governador atribui a violência a "organizações criminosas [que] querem
amedrontar a sociedade para tentar retomar privilégios que tiveram no
passado".
A recente onda de violência começou com
uma rebelião no complexo penitenciário de Pedrinhas, no último sábado (24)
–local que ficou marcado pela série de decapitações ordenadas por facções
criminosas dentro de seus muros, em 2014.
Desde então, ônibus têm sido incendiados
em São Luís e região. Na noite desta sexta (30), pelo menos cinco ônibus foram
queimados. Um dia antes, três escolas municipais foram atacadas. Não houve
mortos ou feridos até agora.
Forças estaduais de segurança anunciaram
operações especiais neste fim de semana, como revistas nos presídios e
policiamento ostensivo para evitar ataques contra urnas eletrônicas.
O governo do Maranhão disse ter
identificado 35 detentos como os mentores dos ataques. Na manhã deste sábado,
23 deles foram transferidos a um presídio federal de segurança máxima, em
Mossoró (RN).
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