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Eduardo Braide é investigado no caso "Máfia de Anajatuba" |
Minha
mãe já dizia: meu filho, quem tem rabo de palha, não passa perto de fogo; não
aponte o defeito dos outros com o dedo sujo; e mentira tem perna curta. Talvez
não tenham dito isso ao candidato Eduardo Braide ao se apresentar como o “novo”,
o honesto, dissociado da velha política, distante dos velhos caciques e suas
práticas políticas. Uma imagem construída no primeiro turno, sem que o
eleitorado conhecesse as origens do mais novo paladino da moralidade e
honestidade. Deveria saber que, mais cedo ou mais tarde, os fatos obscuros de
suas origens viriam à tona. Faz parte do jogo da política. O eleitor tem o direito de conhecer
a fundo a vida pregressa de todo e qualquer candidato para não correr o risco de eleger
um lobo em pele de cordeiro.
Eis
que no caminho do bom moço, com uma aura de honesto, surge um fato que iria
jogá-lo na lona: a Máfia de Anajatuba. Uma verdadeira organização criminosa
investigada pelo MPF e Polícia Federal por desviar dinheiro dos cofres da
Prefeitura de Anajatuba. O montante desviado seria de cerca de R$ 15 milhões.
Um esquema que envolveu o uso de empresas fantasmas para emitir notas fiscais.
Ao ser
indagado por Edivaldo Holanda Júnior sobre seu envolvimento com essa máfia, o
candidato Eduardo Braide desconversou, tergiversou, e preferiu não responder,
somente lamentando ataques a membros de sua família. Essa falta de resposta a
esse esquema criminoso foi terrível para o candidato, que tinha um dos
envolvidos na máfia nomeado como assessor em seu gabinete, o que o liga ao
grupo mafioso. Para completar a desconstrução da imagem do parlamentar e
candidato, veio à tona a informação de que já foi aberta investigação para
verificar a participação dele nesse esquema criminoso, além de ter sido pedida
quebra de seu sigilo bancário.
Outro
fator determinante para a queda de Eduardo Braide foi a desconstrução da imagem
de bom gestor da Caema. Apenas a revelação de um dos contratos com dispensa de licitação
foi suficiente para detoná-lo. Com valor de R$ 2.500.000,00, o contrato
beneficiou a empresa CBM, pertencente a um sócio dos irmãos de Braide em outra
empresa. O mesmo contrato foi renovado pelo mesmo valor, sem que a licitação
tenha sido feita. Braide também não conseguiu explicar essa irregularidade.
Eduardo Braide e Hélder Aragão, da Máfia de Anajatuba |
Por
diversas vezes, o candidato tem dito que é vítima de uma campanha de
desconstrução de sua imagem por parte de segmentos da imprensa. Acredito que
ele saiba que é papel da imprensa revelar a verdade dos fatos para a população.
Não adianta posar de honesto e probo quando
a podridão sempre esteve debaixo do tapete da sala. Essa podridão, ao vir à
tona, com documentos comprobatórios de ilicitudes, tinha que ser colocada à
disposição do cidadão.
Na
verdade, Eduardo Braide não deve se queixar da imprensa, mas da Máfia de
Anajatuba, a principal responsável pela sua derrocada.
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