Eduardo Braide é investigado no caso "Máfia de Anajatuba" |
Minha
mãe já dizia: meu filho, quem tem rabo de palha, não passa perto de fogo; não
aponte o defeito dos outros com o dedo sujo; e mentira tem perna curta. Talvez
não tenham dito isso ao candidato Eduardo Braide ao se apresentar como o “novo”,
o honesto, dissociado da velha política, distante dos velhos caciques e suas
práticas políticas. Uma imagem construída no primeiro turno, sem que o
eleitorado conhecesse as origens do mais novo paladino da moralidade e
honestidade. Deveria saber que, mais cedo ou mais tarde, os fatos obscuros de
suas origens viriam à tona. Faz parte do jogo da política. O eleitor tem o direito de conhecer
a fundo a vida pregressa de todo e qualquer candidato para não correr o risco de eleger
um lobo em pele de cordeiro.
Eis
que no caminho do bom moço, com uma aura de honesto, surge um fato que iria
jogá-lo na lona: a Máfia de Anajatuba. Uma verdadeira organização criminosa
investigada pelo MPF e Polícia Federal por desviar dinheiro dos cofres da
Prefeitura de Anajatuba. O montante desviado seria de cerca de R$ 15 milhões.
Um esquema que envolveu o uso de empresas fantasmas para emitir notas fiscais.
O
bando era formado pelo então prefeito Hélder Aragão (PMDB), o empresário
Fernando Júnior, da Escutec, e o dono de empresas fantasmas Fabiano Bezerra.
Eles surrupiaram também mais 45 milhões de reais em pelo menos outros 30
municípios, onde atuavam na mesma modalidade de crime.
O
ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Antônio Carlos Braide, pai do candidato, atuou como uma espécie de agiota, em esquema com as empresas
A4 Serviços, RR Serviços, Construtora Construir, A.S dos Santos Ferreira, FCB,
FF Produções, Distribuidora Castro e MR Serviços, superfaturando as prestações
de serviços e vendendo notas frias para gestões municipais.
Ao ser
indagado por Edivaldo Holanda Júnior sobre seu envolvimento com essa máfia, o
candidato Eduardo Braide desconversou, tergiversou, e preferiu não responder,
somente lamentando ataques a membros de sua família. Essa falta de resposta a
esse esquema criminoso foi terrível para o candidato, que tinha um dos
envolvidos na máfia nomeado como assessor em seu gabinete, o que o liga ao
grupo mafioso. Para completar a desconstrução da imagem do parlamentar e
candidato, veio à tona a informação de que já foi aberta investigação para
verificar a participação dele nesse esquema criminoso, além de ter sido pedida
quebra de seu sigilo bancário.
Outro
fator determinante para a queda de Eduardo Braide foi a desconstrução da imagem
de bom gestor da Caema. Apenas a revelação de um dos contratos com dispensa de licitação
foi suficiente para detoná-lo. Com valor de R$ 2.500.000,00, o contrato
beneficiou a empresa CBM, pertencente a um sócio dos irmãos de Braide em outra
empresa. O mesmo contrato foi renovado pelo mesmo valor, sem que a licitação
tenha sido feita. Braide também não conseguiu explicar essa irregularidade.
Eduardo Braide e Hélder Aragão, da Máfia de Anajatuba |
Por
diversas vezes, o candidato tem dito que é vítima de uma campanha de
desconstrução de sua imagem por parte de segmentos da imprensa. Acredito que
ele saiba que é papel da imprensa revelar a verdade dos fatos para a população.
Não adianta posar de honesto e probo quando
a podridão sempre esteve debaixo do tapete da sala. Essa podridão, ao vir à
tona, com documentos comprobatórios de ilicitudes, tinha que ser colocada à
disposição do cidadão.
Na
verdade, Eduardo Braide não deve se queixar da imprensa, mas da Máfia de
Anajatuba, a principal responsável pela sua derrocada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário