Rádio Voz do Maranhão

sábado, 29 de outubro de 2016

Máfia de Anajatuba: a principal responsável pela queda de Braide

Eduardo Braide é investigado no caso "Máfia de Anajatuba"
Minha mãe já dizia: meu filho, quem tem rabo de palha, não passa perto de fogo; não aponte o defeito dos outros com o dedo sujo; e mentira tem perna curta. Talvez não tenham dito isso ao candidato Eduardo Braide ao se apresentar como o “novo”, o honesto, dissociado da velha política, distante dos velhos caciques e suas práticas políticas. Uma imagem construída no primeiro turno, sem que o eleitorado conhecesse as origens do mais novo paladino da moralidade e honestidade. Deveria saber que, mais cedo ou mais tarde, os fatos obscuros de suas origens viriam à tona. Faz parte do jogo da política. O eleitor tem o direito de conhecer a fundo a vida pregressa de todo e qualquer candidato para não correr o risco de eleger um lobo em pele de cordeiro.

Eis que no caminho do bom moço, com uma aura de honesto, surge um fato que iria jogá-lo na lona: a Máfia de Anajatuba. Uma verdadeira organização criminosa investigada pelo MPF e Polícia Federal por desviar dinheiro dos cofres da Prefeitura de Anajatuba. O montante desviado seria de cerca de R$ 15 milhões. Um esquema que envolveu o uso de empresas fantasmas para emitir notas fiscais.

O bando era formado pelo então prefeito Hélder Aragão (PMDB), o empresário Fernando Júnior, da Escutec, e o dono de empresas fantasmas Fabiano Bezerra. Eles surrupiaram também mais 45 milhões de reais em pelo menos outros 30 municípios, onde atuavam na mesma modalidade de crime.

O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Antônio Carlos Braide, pai  do candidato, atuou como uma espécie de agiota, em esquema com as empresas A4 Serviços, RR Serviços, Construtora Construir, A.S dos Santos Ferreira, FCB, FF Produções, Distribuidora Castro e MR Serviços, superfaturando as prestações de serviços e vendendo notas frias para gestões municipais.

Ao ser indagado por Edivaldo Holanda Júnior sobre seu envolvimento com essa máfia, o candidato Eduardo Braide desconversou, tergiversou, e preferiu não responder, somente lamentando ataques a membros de sua família. Essa falta de resposta a esse esquema criminoso foi terrível para o candidato, que tinha um dos envolvidos na máfia nomeado como assessor em seu gabinete, o que o liga ao grupo mafioso. Para completar a desconstrução da imagem do parlamentar e candidato, veio à tona a informação de que já foi aberta investigação para verificar a participação dele nesse esquema criminoso, além de ter sido pedida quebra de seu sigilo bancário.

Outro fator determinante para a queda de Eduardo Braide foi a desconstrução da imagem de bom gestor da Caema. Apenas a revelação de um dos contratos com dispensa de licitação foi suficiente para detoná-lo. Com valor de R$ 2.500.000,00, o contrato beneficiou a empresa CBM, pertencente a um sócio dos irmãos de Braide em outra empresa. O mesmo contrato foi renovado pelo mesmo valor, sem que a licitação tenha sido feita. Braide também não conseguiu explicar essa irregularidade.

Eduardo Braide e Hélder Aragão,
da Máfia de Anajatuba
Enfim, Eduardo Braide recorre às mesmas práticas dos coronéis da velha política. O uso da coisa pública a serviço de interesse particulares e de determinado grupo. Uma vez na prefeitura seria controlado pela Máfia de Anajatuba. Não teria forças para impedir que essa máfia avançasse nos cofres públicos.

Por diversas vezes, o candidato tem dito que é vítima de uma campanha de desconstrução de sua imagem por parte de segmentos da imprensa. Acredito que ele saiba que é papel da imprensa revelar a verdade dos fatos para a população.  Não adianta posar de honesto e probo quando a podridão sempre esteve debaixo do tapete da sala. Essa podridão, ao vir à tona, com documentos comprobatórios de ilicitudes, tinha que ser colocada à disposição do cidadão.

Na verdade, Eduardo Braide não deve se queixar da imprensa, mas da Máfia de Anajatuba, a principal responsável pela sua derrocada.

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