Os estados são Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Programa prevê a concessão de
serviços públicos de água e esgoto.
Inicialmente, apenas Rio, Pará e
Rondônia tinham formalizado interesse.
Daniel Silveira
Do G1, no Rio de Janeiro
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta
quarta-feira (9) que 18 estados formalizaram a decisão de aderir ao programa de
concessão de companhias de água e esgoto. O banco também lançou um edital de
pré-qualificação para habilitar consultores interessados em fazer estudos para
estruturar projetos de saneamento.
Os
estados são Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará,
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Inicialmente,
apenas Rio, Pará e Rondônia haviam formalizado interesse junto ao banco de
fomento de aderir ao programa.
Na
semana passada, a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, já havia
adiantado que cerca de dois terços dos estados brasileiros iriam aderir ao
programa.
Investimentos
O
BNDES ainda não estimou qual será o valor dos futuros leilões. O montante só
deverá ser definido após a conclusão dos estudos de diagnóstico da situação de
cada estado. O banco poderá financiar até 80% do projeto, pelo prazo de até 20
anos, pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
O
superintendente de da área de desestatização do banco, Rodolfo Torres, lembrou
que, em 2014, o governo federal estimou em R$ 330 bilhões o montante
necessários para universalizar o serviço de abastecimento de água e esgotamento
sanitário no país.
“Essa
é uma agenda do século 19 que o BNDES vai ajudar a cumprir", disse. Ele
ressaltou, ainda, que o banco está aberto para outros estados que vierem a
demonstrar interesse em aderir ao programa.
Torres
destacou que a atual crise financeira enfrentada pela maioria dos estados
inviabiliza qualquer investimento público em melhorias na área de saneamento.
Segundo
dados do Sistema de Informações sobre Saneamento (SNIS), as companhias dos 18
estados que formalizaram interesse no programa atendem a 2,3 mil municípios,
prestando serviço a cerca de 90 milhões de habitantes. Destes, 17 milhões não são atendidos com abastecimento
de água, 65 milhões não têm acesso a serviços de coleta de esgoto e 74,6
milhões não têm o esgoto tratado.
Estudos técnicos
De
acordo com o superintendente da área de desestatização do BNDES, Rodolfo
Torres, só depois de realizados os estudos técnicos será possível apontar qual
modelo de parceria será adotado por cada estado.
“Serão
‘N’ soluções que deverão atender às características e peculiaridades de cada
estado”, disse Torres. Ele destacou que “privatização não é o motor do nosso
programa”. Podem ser adotados, entre
vários outros modelos, a chamada PPP (Parceria Público Privada), ou
subconcessão, segundo o superintendente.
Segundo
Rodolfo Torres, a expectativa é que os selecionados só sejam conhecidos no
final do terceiro trimestre de 2017. Os estudos que vão apontar os modelos a
serem adotados por cada estado devem ser apresentados até o fim do ano e o
início das parcerias deve acontecer em 2018.
Questionado
se a parceria privada na área de saneamento poderá onerar as contas pagas pelos
consumidores ao serviço, o superintendente disse que ”não há, de forma alguma,
como se associar um programa de concessão aumento tarifário”. Ele destacou
ainda que “há diferenças tarifárias muito grandes no país, mesmo com a gestão
[pública] como ela está aplicada”.
Capital estrangeiro
Segundo
o BNDES, investidores estrangeiros já estão demonstrando interesse em
participar do PPI na área de saneamento.
Questionado
como poderá ser a atuação de empreiteiras nacionais nas obras de infraestrutura
que o programa irá demandar, considerando que as maiores destas companhias
estão envolvidas em escândalos da Operação Lava Jato, Rodolfo Torres defendeu
que as obras poderão ser realizadas por empresas de portes variados, o que irá
diversificar a concorrência.
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