Por JM
Cunha Santos
Vou
passar, no mínimo, três meses rindo e, para não sufocar, sem ouvir outras
piadas. A tropa de choque da corrupção escreveu que o crescimento eleitoral de
Roseana Sarney teria motivado a denúncia do promotor Paulo Barbosa Ramos e o
acatamento pela juíza Cristiana Ferraz, no caso do monumental rombo de R$ 410
milhões na Secretaria da Fazenda. E acrescentaram que o tal crescimento já
teria sido detectado em monitoramentos feitos pelo Palácio. Só se for o Palácio
da Justiça onde, ao que tudo indica, terá todos os votos a favor de sua
condenação.
Estão
tremendo. Principalmente se leram a nota na coluna Informe JP, do Jornal
Pequeno de hoje: “Agora é oficial: condenados em segunda instância poderão ser
presos”. É crueldade, mas eu não resisto e continuo rindo. E acusam o corajoso
e intrépido promotor Paulo Barbosa Ramos de tudo, inclusive de crime de
prevaricação, de atitude ridícula e absurda. Mesmo rindo, considero que
ridículo e absurdo é todo corporativismo que se antecipa ao julgamento de uma
denúncia criminal.
E,
rindo muito, reflito sobre quais seriam as razões para um crescimento eleitoral
de Roseana Sarney. Pode ser a exagerada exposição na mídia após as citações do
nome da ex-governadora pelo doleiro mais famoso do Brasil, Alberto Youssef.
Talvez seja pela própria denúncia do Ministério Público sobre o monumental
“saque” na Secretaria da Fazenda, que foi parar em todos os jornais e revistas
do país. Vá saber.
Mas
esse crescimento eleitoral pode ser consequência do inevitável apoio de gente
igualmente famosa no Maranhão: Ricardo Murad, coercitivamente famoso no país
depois de uma ação do Ministério Público Federal acusando o desvio de um R$ 1
bilhão da Secretaria da Saúde; Edison Lobão, eterno parceiro e correligionário,
citado por quase todos os delatores da Lava Jato; José Sarney, o pai, famoso
pelos atos secretos no Senado e mais famoso ainda pelos atos não mais secretos
na Transpetro.
Com
tanta gente famosa a seu lado, (faltou, talvez, o Wesley Safadão) torna-se até
natural esse propalado crescimento eleitoral. E como seriam interessantes os
slogans dessa campanha: “Vote na Chefe, ela é amiga do Alberto Youssef”. “O
voto é secreto, vote na filha do Homem da Transpetro”. “Vote na Infante e ganhe
de Lobão uma Montanha de Diamante”. “Vote inteligente e seja conduzido com
Murad coercitivamente”. E por aí vai.
O mais
engraçado de tudo isso, porém, é aferir crescimento eleitoral de uma pessoa que
jamais poderá ser candidata. Por mais dilatados que sejam os prazos na justiça
brasileira, é inevitavelmente certo que Roseana Sarney chegará ao ano de 2018
inelegível. Para não dizer coisa pior.
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