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ex-parlamentares são acusados por peculato; investigações apuraram os gastos
com viagens no período de janeiro de 2007 a fevereiro de 2009
Com informações de O Estado de São Paulo
Em 2009, a revelação de que deputados e senadores usavam recursos do Congresso para pagar passagens para amigos e familiares viajarem no Brasil e no exterior ficou conhecida como ‘Farra das Passagens’. Na época, o presidente da Câmara era Michel Temer (PMDB), hoje presidente da República.
Na
lista de ex-parlamentares denunciados, estão o secretário do Programa de
Parcerias de Investimentos do governo Temer, Moreira Franco, o prefeito
reeleito de Salvador, ACM Neto (DEM), o ex-ministro Henrique Eduardo Alves
(Turismo/Governo Temer) e os ex-deputados Antonio Palocci (PT) e Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) – ambos presos na Operação Lava Jato.
Segundo
a Procuradoria, Eduardo Alves usou 306 passagens, ao custo de R$ 206.929,64, de
tarifas, e R$ 1.926,74 de taxa de embarque (R$ 208.856,38, no total).
O
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha gastou R$ 56.364,26 em 139 bilhetes. Por
R$ 1.486, Moreira Franco teve direito a 5 passagens aéreas. Palocci usou 66
bilhetes por R$ 36.077,94.
Na
sexta-feira, 4, em outra frente de investigação, a Procuradoria enviou ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a lista de 219 políticos que
teriam feito ‘uso indevido’ de recursos públicos no caso da ‘Farra das
Passagens’.
O
documento cita nominalmente deputados, senadores, ministros do Tribunal de
Contas da União e governadores – políticos que detêm foro privilegiado perante
o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
As
investigações apuraram os gastos com viagens no período de janeiro de 2007 a
fevereiro de 2009.
As
denúncias aguardam a manifestação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF1). Os denunciados são acusados de peculato, incidindo na prática do crime
do artigo 312 do Código Penal, por ‘terem desviado, em proveito de terceiros,
valores de que tinham a posse em razão do cargo’. A pena para o delito é de
reclusão de dois a doze anos, mais multa.
Entre os maiores gastadores, estão os maranhenses José Eleonildo Soares, o Pinto Itamaraty, com 388 passagens que totalizam R$ 104.554,57 (de tarifas) e mais R$ 4.249,14 (de taxas de embarque); e Sétimo Waquim, com 335 passagens que totalizam R$ 193.813,15 (de tarifas) e mais R$ 1.393,14 (de taxas de embarque).
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