Crítico declarado do presidente
Michel Temer e do processo de impeachment de Dilma Rousseff, Barbosa afirmou
que o Brasil só “terá paz” em 2018, com a eleição de um novo presidente da
República.
POR
MANOEL VENTURA
O Globo
BRASÍLIA
— O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que foi
relator do processo do mensalão e se aposentou em 2014, não descartou a
possibilidade de ser candidato à Presidência da República em 2018. Perguntado
sobre constantes projeções que o colocam na disputa pelo Palácio do Planalto, o
ex-ministro, que participou de solenidade hoje no STF, afirmou:
— Até
hoje, não me interessei por isso não — disse Barbosa.
Questionado,
porém, se poderia mudar de ideia, respondeu:
— Eu
sou um homem livre, muito livre.
Crítico
declarado do presidente Michel Temer e do processo de impeachment de Dilma
Rousseff, Barbosa afirmou que o Brasil só “terá paz” em 2018, com a eleição de
um novo presidente da República. O ex-ministro comparou a situação do país com
a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, considerada
por ele uma ascensão do conservadorismo.
—
Situação muito parecida com a que se instalou aqui no plano político do Brasil,
após o impeachment. A diferença é que lá a coisa se deu pelas urnas, por um
processo democrático normal. Aqui não. Aqui ocorreu por um processo
controverso, contestado por uma boa parcela da população. Mas a democracia tem
um poder auto regenerador. Nós teremos paz em 2018 com a eleição de um novo
presidente da República.
Ele
disse ainda que não ficou surpreso com as revelações da Operação Lava-Jato.
Para ele, a delação premiada dos executivos da construtora Odebrecht não vai
desestabilizar a democracia diante do número elevado de parlamentares que podem
ser delatados.
—
Estou acompanhando a Lava-Jato por alto, pelos jornais. Nada disso me
surpreende, eu conheço muito bem o Brasil. Desestabilizar a democracia seria
deixar as coisas correrem solta sem investigação. O importante é que órgãos da
Justiça, de perseguição criminal, funcionem regularmente sem qualquer
interferência. Deixa a Justiça funcionar — afirmou Barbosa, após deixar a
cerimônia de homenagem ao ex-ministro do Supremo Cezar Peluso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário